quarta-feira, 28 de março de 2012

Como se escreve na Assembleia Regional da Madeira devido ao novo (des)acordo ortográfico

A asneira institucionalizada à qual vulgarmente designamos de (des)acordo ortográfico tem semeado a confusão, a estupidez e a ignorância onde estas eram, infelizmente, já reinantes. A sua obscura implementação, não só tem vindo a deformar e destruir a Língua Portuguesa, como tem contribuído para uma espécie de novo analfabetismo, conforme tem vindo a ser denunciado neste e outros espaços fiéis à nossa Língua Portuguesa. 
João Roque Dias, um dos paladinos desta cruzada contra o disparate, denunciou ontem, através da sua página de Facebook, o ridículo a que chegaram as nossas Instituições públicas, conforme poderemos verificar na imagem abaixo publicada, contendo a análise à ortográfica de um documento oficial da Assembleia Regional da Madeira. Parece uma anedota, mas não é!

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domingo, 25 de março de 2012

O adeus a Antonio Tabucchi

Antonio Tabucchi (1943-2012).

Faleceu hoje na cidade de Lisboa o escritor e professor italiano Antonio Tabucchi. Profundamente apaixonado por Portugal e pela nossa cultura, chegou mesmo a adquirir a nacionalidade portuguesa em 2004. Grande admirador de Fernando Pessoa, autor que inspirou algumas das suas obras, traduziu-o e divulgou-o em Itália onde, sobre ele, manteve uma acesa polémica com Brunello de Cusatis, outro académico italiano interessado no estudo e divulgação da obra pessoana.
Autor premiado, galardoado e condecorado, deixou-nos inúmeras obras, das quais destacámos o seu romance Sostiene Pereira, posteriormente adaptado ao cinema por Roberto Faenza, num filme que conta com uma das últimas interpretações de Marcello Mastroianni antes da sua morte.
Para a posteridade fica a memória de um homem talentoso, de paixões e convicções fortes, que um dia soube viver e sentir Portugal. É caso para dizer-se: Tabucchi, obrigado e até sempre!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Apresentação na FLUP da obra 'Razão Comovida'

«Epistemologia e gnoseologia, antropologia e ética, política e filosofia jurídica, metafísica e ontologia, teologia e religião, imaginário literário e imaginário filosófico são registos que se cruzam em Razão Comovida, reflectidos em temas, figuras e destinos da nossa cultura filosófica, da qual aquela pluralidade de saberes, na indicação da história e dos filósofos, dá testemunho de riqueza viva, em complexidade, novidade e pensar genesíaco, com insofismável interesse para as gerações.»
Manuel Cândido Pimentel no prefácio à sua obra Razão Comovida

Capa do mais recente livro do Professor
Manuel Cândido Pimentel, publicado em
Setembro de 2011.

Realiza-se no próximo dia 26 de Março, pelas 18:00, na Sala de Reuniões da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), a apresentação da obra Razão Comovida, da autoria do Professor Manuel Cândido Pimentel.
Publicado em Setembro de 2011 pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, este livro reúne um conjunto de ensaios do autor, escritos ao longo de vários anos, reflectindo o seu trabalho e respectivas linhas de pensamento face a algumas questões de fundo concernentes à nossa cultura, pensamento, tradição e espiritualidade. Abordando autores como Leonardo Coimbra, Teixeira de Pascoaes, António José de Brito, J. Cerqueira Gonçalves, José Marinho, Antero de Quental, Manuel de Arriaga, Miguel Reale, Agostinho da Silva, Afonso Botelho, Virgílio Ferreira, Pinharanda Gomes, passando também por Santo António de Lisboa, Francisco Sanches, Ibne al-Sid e Leão Hebreu, Razão Comovida afigura-se como uma obra transversal a variadíssimas áreas do conhecimento, apresentando de uma forma crítica, científica e sistematizada a correlação entre o pensamento racional e a metafísica.
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.

quinta-feira, 22 de março de 2012

António Quadros nos 19 anos do seu desaparecimento

«Portugal vive hoje não só uma profunda crise política, económica, financeira e social, mas também uma crise de identidade que desmotiva e desorienta os portugueses. Urge voltar a estimular o seu patriotismo, voltar a ensinar a sua história e cultura, voltar a mostrar-lhes porque podem sentir-se orgulhosos de ser portugueses. Urge em suma continuar Portugal, porque de outra forma nos tornaremos, sem vantagem para ninguém, colonato, província ou feudo.»
António Quadros no prefácio da sua obra A Arte de Continuar Português (1977). 

António Gabriel de Quadros Ferro, notável pensador, pedagogo,
escritor e tradutor, desapareceu há 19 anos. Contudo o seu
importante legado permanece vivo entre os portugueses.

Filho de António Ferro e Fernanda de Castro, António Quadros nasceu na cidade de Lisboa a 14 de Julho de 1924. Tendo dedicado a sua vida à cultura lusíada, através da sua extensa actividade literária e ensaistica, tornou-se num importante vulto do pensamento português. 
Distinguindo-se na área da filosofia da história, deixando-nos um importante legado através de uma vasta obra publicada, António Quadros poderá não ter sido um homem de acção e militância como o seu pai, mas por certo herdara-lhe o génio e, acima de tudo, o amor incondicional a Portugal. Certamente agraciado por um ambiente familiar propício ao desenvolvimento intelectual, Quadros conviveu ainda com várias personalidades distintas do panorama cultural nacional e internacional, entre as quais o romeno Mircea Eliade, cuja obra muito o influenciou.
O seu próprio percurso acabaria por o colocar na mesma rota de outros importantes nomes do pensamento português, tais como Álvaro Ribeiro, José Marinho, Francisco da Cunha Leão, Agostinho da Silva, Dalila L. Pereira da Costa, Afonso Botelho, Orlando Vitorino, António Telmo, Pinharanda Gomes, entre outros. Da sua extensa bibliografia destacam-se obras como O Espírito da Cultura Portuguesa, A Arte de Continuar Português, Fernando Pessoa. Vida, Personalidade e Génio, Introdução à Filosofia da História, Poesia e Filosofia do Mito Sebastianista, Portugal Razão e Mistério, A Ideia de Portugal na Literatura Portuguesa dos Últimos Cem Anos, O Primeiro Modernismo Português - Vanguarda e Tradição ou Estruturas simbólicas do Imaginário na Literatura Portuguesa. António Quadros foi, juntamente com Jorge Sena, Dalila L. Pereira da Costa e Yvette K. Centeno, um dos primeiros estudiosos do esoterismo pessoano, ocupando-se da organização, publicação e comentário de uma vasta parte da obra de Fernando Pessoa.
Pedagogo integral, António Quadros mostrou-se sempre sensível às questões da educação que, para ele, se apresentavam como fundamentais ao desenvolvimento humano e espiritual do indivíduo.
A Fundação António Quadros invocou ontem os primeiros 19 anos passados sobre o seu desaparecimento, uma efeméride que a Nova Casa Portuguesa não poderia deixar de lembrar, homenageando também esse vulto da nossa cultura, cujos sábios ensinamentos têm inspirado sucessivas gerações de portugueses, desbloqueando-lhes a alma e aniquilando todos os elementos inibidores à realização de Portugal e da sua missão. Conscientes da importância da manutenção da sua memória e do seu legado, recordamos o pedido da recém-falecida Dalila L. Pereira da Costa que alertava para um certo esquecimento ao qual António Quadros estaria votado, pedindo às gerações mais jovens que o 'ressuscitassem'. Talvez a proximidade do 20.º aniversário da sua morte, celebrado no próximo ano, sirva de mote para o início de um estudo mais sistemático e intensivo sobre a sua vida e obra, podendo os seus resultados conservar e perpetuar de vez, no nosso inconsciente colectivo, alguns dos mistérios constituintes do nosso axioma mais profundo.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Florbela, o trágico-retrato de uma poetisa

De joelhos

“Bendita seja a Mãe que te gerou.” 
Bendito o leite que te fez crescer 
Bendito o berço aonde te embalou 
A tua ama, para te adormecer! 

Bendita essa canção que acalentou 
Da tua vida o doce alvorecer... 
Bendita seja a Lua, que inundou 
De luz, a Terra, só para te ver... 

Benditos sejam todos que te amarem, 
As que em volta de ti ajoelharem 
Numa grande paixão fervente e louca! 

E se mais que eu, um dia, te quiser 
Alguém, bendita seja essa Mulher, 
Bendito seja o beijo dessa boca!

Florbela Espanca em Livro de Mágoas.

A divulgação do mais recente filme do realizador Vicente Alves do Ó não poderia chegar em melhor altura. O seu trabalho, Florbela, inspira-se na vida e obra da poetisa portuguesa Florbela Espanca, fazendo por isso todo o sentido esta sugestão neste Dia Mundial da Poesia.
Procurando adaptar ao grande écran a atribulada e atormentada vida da poetisa, este trabalho procura explorar uma certa liberdade na interpretação da personalidade biografada, resultando num interessante e estimulante desafio para o espectadores que, certamente, não ficarão indiferentes a este ensaio literário-cinematográfico. 
Mais um filme de produção nacional a não perder num cinema perto de si!


Trailer do filme Florbela, em exibição em todo o país.

terça-feira, 20 de março de 2012

Salazar renasce! Tremem os ímpios!

Desde o seu desaparecimento que o Dr. António de Oliveira Salazar aparenta ressuscitar, no inconsciente colectivo dos portugueses, nos momentos de maior crise e desnorte  face ao rumo futuro dos destinos nacionais. Com ele erguem-se, infelizmente, as vozes da mentira, procurando difamar a sua memória, deturpando a realidade dos factos, manipulando e falsificando a história, forjando-a com recurso à calúnia e delação. Contudo, a Nossa História fez-se ao longo dos séculos pela vontade de Deus, materializando-se essencialmente através das acções das nossas grandes personalidades. Ou seja, dos nossos grandes homens e das nossas grandes mulheres. 
Recentemente, aquando da apresentação da marca Salazar, levada a cabo no Concelho de Santa Comba Dão, assistiu-se a mais um vil e deplorável ataque contra essa figura maior da nossa historiografia mais recente. Infundadamente apelidado de fascista e tido como um sanguinário e violento ditador, o nosso antigo Presidente do Conselho foi, uma vez mais, vítima da difamação das ímpias e traidoras ratazanas portadoras de um novo tipo de peste, isto é, a 'desinformação bubónica'. Um mal perigosamente contagiante na nossa sociedade pós-abrilista, demonológica-democrática e mass mediatizada, mas facilmente curável através da pureza da História e da benéfica preservação da nossa memória.
Assim, partilhamos com os 'contaminados' as seguintes palavras de José Hermano Saraiva que, apesar de simples, descrevem na sua essência a autêntica personalidade de António de Oliveira Salazar, bem como a sua importância nuclear durante um dos períodos mais complicados e conturbados da história mundial. 
«O asceta - Ao contrário dos fascistas, que subvertiam a moral cristã, Salazar era um asceta que a aplicava nos planos pessoal e nacional. (...)
Salazar, antifascista - Só com o propósito de injuriar, por ignorância da realidade, é que se pode dizer que houve fascismo em Portugal. O fascismo era demagógico e o salazarismo contrademagógico; o fascismo era pelo progresso a todo o custo, nós fomos sempre conservadores; o fascismo baseou-se sempre nos movimentos das multidões, aqui esses movimentos foram sempre proibidos. Os fascismos foram anti-religiosos, anti-judaicos, militaristas, em tudo opostos à situação portuguesa. Claro que foi um regime autoritário, que que sob um manto constitucional funcionou de facto a autoridade de um só homem, o Dr. António de Oliveira Salazar. Um ditador é sempre um mal, mas no caso português deu-se a surpreendente situação do 'ditador virtuoso'.
Ele era um homem irrepreensível do ponto de vista moral, que nunca quis fazer fortuna, foi um caso de excepção, que restituiu a Portugal a dignidade do Estado, depois de ter deitado mãos a um país assolado por uma crise profunda em 1928. Foi com ele que o país agrícola iniciou a sua industrialização, que o analfabetismo, que era de 80%, passou a 20%, conseguimos - o que continua a parecer incrível - não intervir na II Guerra Mundial. Enquanto governou, Salazar teve os aplausos e a solidariedade da nação, com a admiração do mundo.
De Gaulle chamou-lhe "o maior dos estadistas europeus" e são numerosas as referências desse tipo. Durante o Estado Novo, o que tivemos foi uma governação prudente, previdente...
»
 José Hermano Saraiva em Os labirintos da memória de Luís Guimarães.
Dr. António de Oliveira Salazar, com o seu porte
e elegância habituais.

sexta-feira, 16 de março de 2012

O (des)acordo ortográfico "agride" os leitores

Aproveitando a recente maré de artigos e entrevistas que têm vindo a ser publicadas ao longo dos últimos tempos contra o novo, mas já decrépito, (des)acordo ortográfico, partilhamos hoje mais um artigo concernente a este gravíssimo problema que tem vindo a perturbar e preocupar os portugueses mais conscientes. Desta feita apresentamos um artigo da autoria de João Queiroz que aborda a perspectiva anti-acordista do ilustre portuense Francisco Miguel Valada, autor da obra  Demanda, Deriva, Desastre – Os três dês do Acordo Ortográfico. 
Esta interessante e informativa peça jornalística foi retirada da edição de 3 de Março do semanário Grande Porto. Boas leituras!

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quinta-feira, 15 de março de 2012

Lembrando todos os Portugueses que venceram o Mostrengo...

O Mostrengo

O mostrengo que está no fim do mar 
Na noite de breu ergueu-se a voar; 
À roda da nau voou três vezes, 
Voou três vezes a chiar, 
E disse: «Quem é que ousou entrar 
Nas minhas cavernas que não desvendo, 
Meus tectos negros do fim do mundo?» 
E o homem do leme disse, tremendo: 
«El-Rei D. João Segundo!» 

«De quem são as velas onde me roço? 
De quem as quilhas que vejo e ouço?» 
Disse o mostrengo, e rodou três vezes, 
Três vezes rodou imundo e grosso, 

«Quem vem poder o que só eu posso, 
Que moro onde nunca ninguém me visse 
E escorro os medos do mar sem fundo?» 
E o homem do leme tremeu, e disse: 
«El-Rei D. João Segundo!» 

Três vezes do leme as mãos ergueu, 
Três vezes ao leme as reprendeu, 
E disse no fim de tremer três vezes: 
«Aqui ao leme sou mais do que eu: 
Sou um Povo que quer o mar que é teu; 
E mais que o mostrengo, que me a alma teme 
E roda nas trevas do fim do mundo; 
Manda a vontade, que me ata ao leme, 
De El-Rei D. João Segundo!»

Fernando Pessoa em Mensagem.

O Mostrengo de Fernando Pessoa recitado pelo actor Vítor de Sousa.

quarta-feira, 14 de março de 2012

O (des)acordo ortográfico é um disparate científico

Na edição do semanário O Diabo do passado dia 6 de Março podemos ler, para além do artigo de António Emiliano, uma excelente entrevista com Francisco Miguel Valada, uma das vozes mais inquietas face à infâmia do novo (des)acordo ortográfico. 
Publica-se neste espaço mais um contributo para a sensibilização de todos os portugueses para esta luta, travada contra o maior atentado alguma vez perpetrado contra a Língua Portuguesa. 
Mais do que uma mera escolha ou opção, o combate e desobediência ao (des)acordo ortográfico é uma obrigação patriótica de todos aqueles que amam e se sentem conscientemente portugueses.

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terça-feira, 13 de março de 2012

(Des)acordo ortográfico: a mentira de Estado denunciada na imprensa francesa

«Pour les Portugais, c'est un signe des temps: le Portugal, en pleine récession, n'a plus le dernier mot face à un pays émergent comme le Brésil. Selon les détracteurs de cette réforme, cet accord sert avant tout les intérêts géopolitiques brésiliens.»
Excerto de uma notícia publicada na France Inter.

A France Inter publicou recentemente uma notícia intitulada La réforme de l'orthographe passe mal au Portugal. O título desta peça jornalística faz felizmente jus ao celeuma levantado por muitos portugueses, cientes da necessidade dessa vigília pela nossa Língua! Pela nossa Cultura! Pela nossa Identidade!
Inquebrável é a nossa perseverança, a nossa posição e a força do nosso Amor por Portugal. Como tal, lutaremos até ao fim pela revogação deste vergonhoso e desastroso (des)acordo ortográfico.
Salvemos a língua de Camões!  
  
Clicar sobre o logótipo para aceder à notícia
sobre o desastre ortográfico em Portugal.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Da presuntiva artificialidade da ortografia

Na edição do passado dia 6 de Março, o semanário O Diabo publicou mais um interessante e pertinente texto de António Emiliano concernente à questão do (des)acordo ortográfico. Intitulado Da presuntiva artificialidade da ortografia, o artigo do nosso insigne linguista responde às recentes afirmações do secretário Geral da Cultura, Francisco José Viegas, prestando mais alguns esclarecimentos face ao neurótico e necrótico (des)acordo ortográfico que paulatinamente tem vindo a infestar e corroer culturalmente a nossa sociedade. 
A ler com atenção! 

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domingo, 11 de março de 2012

O Barão

«Não gosto de viajar. Mas sou inspector das escolas de instrução primária e tenho a obrigação de correr constantemente todo o País. Ando no caminho da bela aventura, da sensação nova e feliz, como um cavaleiro andante. Na verdade lembro-me de alguns momentos agradáveis, de que tenho saudades, e espero ainda encontrar outros que me deixem novas saudades. É uma instabilidade de eterna juventude, com perspectivas e horizontes sempre novos. Mas não gosto de viajar. Talvez só por ser uma obrigação e as obrigações não darem prazer. Entusiasmo-me com a beleza das paisagens que valem como pessoas, e tive já uma grande curiosidade pelos tipos rácicos, pelos costumes, e pela diferença de mentalidade do povo de região para região. Num país tão pequeno, é estranhável tal diversidade. »
 Branquinho da Fonseca em O Barão.

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O Barão de Branquinho da Fonseca é um dos mais impressionantes textos da literatura portuguesa do séc. XX. Tendo caído praticamente no esquecimento durante as últimas décadas, este conto foi recuperado pelo realizador Edgar Pêra e transposto para o grande écran o ano passado, através de um filme singular na história do cinema português. 
Bastante aclamado pelo público, assim como pela crítica nacional e internacional, traduzindo-se esse sucesso nos vários prémios e galardões recebidos nos eventos em que participou, O Barão oferece-nos uma experiência única na qual a simbiose entre a literatura e o cinema se apresenta de uma forma absolutamente íntima e fascinante.
O Espaço Nimas apresenta amanhã, dia 12 de Março, pelas 21:00, uma exibição inédita deste filme, precedida por um debate em palco com a presença do realizador, do crítico e programador Augusto Seabra e da Professora de História do Cinema Ana Isabel Soares. A não perder!

Trailer de O Barão de Edgar Pêra.

sábado, 10 de março de 2012

Fim-de-semana de cinema português no Auditório Gulbenkian

Conforme afirmamos noutras ocasiões, a Fundação Calouste Gulbenkian tem, desde a sua fundação, prestado um serviço de excelência à Cultura em Portugal, potencializando o desenvolvimento das áreas  da Educação e das Artes, assim como fomentado a Ciência.
Apesar de uma forma mais reduzida do que noutros períodos, a Gulbenkian prossegue com os seus financiamentos a importantes mas débeis sectores da nossa Cultura, nomeadamente no que diz respeito ao cinema, apoiando inúmeros realizadores e cineastas na materialização das suas obras. Por isso, de forma a fazer uma pequena perspectiva sobre o cinema português apoiado por aquela fundação ao longo dos últimos anos, inicia-se hoje, pelas 15:00, no auditório da Gulbenkian, um interessante ciclo cinematográfico que durará todo este fim-se-semana, apresentando-se as mais recentes obras de Manoel de Oliveira, João Botelho, Teresa Villaverde, Alberto Seixas Santos e João Mário Grilo. 
A entrada é livre.

O Estranho Caso de Angélica, de Manoel de Oliveira,
é um dos filmes em exibição no auditório da Fundação
Calouste Gulbenkian durante este fim-de-semana.

Programa

Sábado, 10 de Março
15:00 - Abertura
15:20 - Exposição Raul Lino (1970)
            Reportagem de António Campos
15:30 - A Vossa Casa (2011/2012) | João Mário Grilo
16:45 - O Tapete Voador (2008) | João Mário Grilo
18:00 - Singularidades de Uma Rapariga Loura (2009) | Manoel de Oliveira
21:30 - Filme do Desassossego (2010) João Botelho

Domingo, 11 de Março
11:30 - E O Tempo Passa (2011) | Alberto Seixas Santos
15:30 - O Estranho Caso de Angélica (2010) | Manoel de Oliveira
18:00 - Cisne (2011) | Teresa Villaverde 

sexta-feira, 9 de março de 2012

Colóquio ERA Arqueologia 2012

Realiza-se amanhã o Colóquio ERA Arqueologia de 2012, a decorrer no Auditório do Metropolitano de Lisboa, a partir das 10:00. Organizado pela e ERA Arqueologia - Conservação e Gestão de Património, este encontro passa revista aos mais recentes estudos e intervenções realizadas por esta empresa, fomentando igualmente a discussão sobre a actual situação e rumos futuros da arqueologia no nosso país.
A entrada é livre e aberta a todos os interessados. 

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quarta-feira, 7 de março de 2012

Mulheres espaço público e leitura pública de 1945 a 1952

«A ilustração das meninas torna-se mais urgente de dia para dia. Quando por milhares de livros se escondem terrivéis idéas é necessário dispol-as a destrinçar com descrição e segurança o bem do mal, a verdade do erro. A critica aplicada a esses livros faceis, a que não podemos nem devemos subtrahil-as, muito as auxiliará n'este empenho. O mesmo diremos dos passatempos que a moda introduz conforme as idades da infancia. É perigoso na idade dos prazeres e da curiozidade querer dirigir os impetos de sensibilidade, d'outro modo, que não seja pela persuasão e pela convicção; a pratica, a vigilancia podem abrandar a curiosidade pelo conhecimento déssas distrações se consequencias funestas.»
Lopes Praça em A mulher e a vida.

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De modo a celebrar o 8 de Maio, Dia Mundial da Mulher, o Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), em associação com a Câmara Municipal do Porto, organizam amanhã, pelas 18:00, no auditório da Biblioteca Pública Municipal do Porto (BPMP), um interessante encontro que visa debater a presença e segregação feminina no espaço público e semi-público durante o período de 1945 a 1952. Tendo como ponto de partida os hábitos de uma sociedade de outros tempos, este evento procura dar a conhecer em particular a realidade das bibliotecas de então que, não obstante o seu carácter público, possuíam espaços de segregação, como era o caso da Sala de Leitura Feminina da BPMP, retratada na fotografia que ilustra o cartaz de divulgação. Serão de igual modo abordados os livros que compunham a colecção "feminina", assim como as principais características das suas leitoras.
Esta intervenção ficará a cargo de Paula Sequeiros e Sónia Passos, sendo a entrada livre e aberta a toda a comunidade.

terça-feira, 6 de março de 2012

O Diabo e a cruzada contra o (des)acordo ortográfico

«O Acordo Ortográfico (AO) é inútil, desnecessário e catastrófico. Já o escrevi antes e não me canso de o repetir. Mas o pior em todo este processo foi a passividade perante este atentado ao património comum que é a nossa Língua. Enquanto cidadão português, sinto-me na obrigação de o impedir a todo o custo. Enquanto director de um jornal nacional, sinto-me no dever de contribuir para que o “acordês” não se torne a nova grafia. Devemos recusar esta imposição sem sentido.»
(Clicar na imagem para ampliar.)

Com a edição de hoje do semanário O Diabo, celebra-se o primeiro de ano de Duarte Branquinho como Director do histórico jornal. Ao longo do último ano os leitores têm assistido a uma progressiva renovação deste periódico ao nível dos conteúdos, traduzindo-se num rejuvenescimento e melhoramento generalizado desta publicação de referência histórica no panorama editorial nacional.
Da originalidade das peças ao seu rigor, passando pela crítica e o cuidado na promoção e divulgação cultural, a actividade deste jornal tem vindo a servir os interesses de Portugal, procurando informar e despertar toda uma sociedade aparentemente dormente, abandonada à mercê de uma negra maré que a controla após um  violento e traumático naufrágio.
Uma das principais causas abraçadas pelo semanário O Diabo é, desde há uma ano a esta parte, a luta contra o (des)acordo ortográfico, ao que se deve muito a influência do seu actual Director. Hoje, como não poderia deixar de ser, esta polémica faz capa d'O Diabo, destacando um interessante artigo do ilustre Professor e linguista António Emiliano, bem como a entrevista a Francisco Miguel Valada, autor da obra Demanda, Deriva, Desastre – Os três dês do Acordo Ortográfico
A Nova Casa Portuguesa aproveita este momento para felicitar e prestar uma justa homenagem a este histórico semanário, assim como ao seu Director e restantes colaboradores, pelo empenhado esforço na defesa e salvaguarda da nossa Cultura e da nossa Língua. Afinal de contas, O Diabo é o nosso jornal, nas bancas todas as Terças-Feiras! 

segunda-feira, 5 de março de 2012

Clube de Leitura da FLUP

«O poema é um arbusto que não cessa de tremer.»
António Ramos Rosa em Volante Verde

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Durante as próximas 6 semanas a Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) irá acolher nas suas instalações o informal Clube de Leitura, dedicado à vivência e descoberta dos múltiplos universos da poesia e da literatura, bem como dos mistérios e encantos que estas duas artes encerram. 
Os encontros realizar-se-ão todas Segundas-Feiras, a partir de hoje e até ao próximo dia 14 de Março, pelas 17:30, na sala 109 daquela Faculdade.
A entrada e participação é livre, demonstrando uma vez mais a abertura da Alma Mater à comunidade em que se insere e que visa servir. Aos interessandos em participar pede-se apenas que tenham em atenção os temas dedicados a cada sessão, indicados na programação deste evento, patente no respectivo cartaz de divulgação.
Boas leituras e boas viagens!

domingo, 4 de março de 2012

O dia em que Dalila L. Pereira da Costa completaria o seu 94.º aniversário.

Merecia a imortalidade que certamente conquistou num plano metafísico e espiritual. Quis ironicamente o destino que o seu corpo encontrasse ontem sepultura, a um dia de completar 94 anos de passagem por este mundo. Através da mística conheceu o êxtase e neste encontrou o caminho até à Luz que agora a abraçou eternamente. São por isso suas as palavras neste dia de saudade e nostalgia.
«Pois o que vejo neste instante de passagem, é a presença de dois mundos, separados, irredutíveis (contíguos no espaço e sincrónicos no tempo?): o mundo profano onde estava há pouco e o mundo divino onde penetrei subitamente, e que subitamente me envolveu totalmente. Me envolveu e separou do mundo onde estava no momento imediatamente precedente, e que agora era exterior e distante: invisível e inexistente. Aí onde penetrei, era uma esfera de cristal, onde tudo era luz e silêncio - tudo isso que subitamente veio e me envolveu. Esfera feita duma substância poderosamente dura e frágil. Irradiante e geometricamente definida. Fremente e calma: a verdadeira vida nesse lugar desvendada. Impondo-se por uma potência irresistível, uma autoridade incontestável; mas vulnerável, susceptível de ser posta em fuga à menor falta da minha parte.»
Dalila L. Pereira da Costa em A Força do Mundo

Mistério e Revelação, pintura a óleo sobre tela da
autoria de Margarida Cepêda.

sábado, 3 de março de 2012

Encerramento do Clube Literário do Porto

Depois do fim da Livraria Portugal, em Lisboa, é agora anunciado o encerramento do Clube Literário do Porto, a acontecer já no final do corrente mês de Março. Neste espaço de divulgação e comunhão cultural foi possível frequentar cursos e diversas oficinas de trabalho, assistir-se a debates, conferências, apresentações, assim como a concertos, recitais, exposições várias, entre outros eventos de carácter lúdico e cultural.
Tratava-se de um espaço cultural polivalente e que servia toda a comunidade, pelo que não podemos deixar de expressar toda a nossa tristeza, indignação e preocupação face à sua extinção. 
Quando num país se encerram livrarias e outros espaços culturais como o Clube Literário do Porto, é sinal de que algo vai realmente mal, encontrando-se a sociedade mergulhada numa espiral de decadência, negligenciando a sua riqueza patrimonial maior, ou seja, a sua produção e divulgação cultural. 

A funcionar desde 2005 num edifício ribeirinho situado na Rua Nova da Alfândega,
o Clube Literário do Porto é propriedade da Fundação Dr. Luís de Araújo.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Dalila L. Pereira da Costa (1918-2012)

«Sonhos, profecias, visões, iluminações, e ainda a música, serão as diferentes maneiras do sagrado se revelar: suas diversas teofanias. O profeta, o iluminado, o homem que sonha, o poeta, o visionário, o músico, o homem religioso, participam, em planos diversos, duma mesma essência - atingem em diversas intensidades a fonte da Revelação.»
Dalila L. Pereira da Costa em Os Sonhos: Porta de Conhecimento.

Dalila Lello Pereira da Costa (1918-2012).

Chamaram-lhe a sibila da cultura portuguesa e da portugalidade. Dalila L. Pereira da Costa, como costumava assinar as suas obras, nasceu em 1918 na cidade do Porto e foi uma das mais notáveis intelectuais do século XX português.
Dotada de uma enorme craveira intelectual, chegou ainda a conhecer o filósofo Leonardo Coimbra que, a par de Sampaio Bruno, Teixeira de Pascoaes e Fernando Pessoa, acabaria por tornar-se num importante ponto de partida para as suas incursões nos domínios da tradição, espiritualidade, cultura e pensamento portugueses. Em Coimbra licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas, onde encontrou Damião Peres e Joaquim de Carvalho como professores. Mais tarde, após uma breve passagem pelo Brasil e Bélgica, tornou-se na única mulher do Grupo da Filosofia Portuguesa, fundado por Álvaro Ribeiro e José Marinho, com quem haveria de travar uma estreita relação de amizade, assim como com outros membros desse núcleo, destacando-se os nomes de Afonso Botelho, António Quadros, Orlando Vitorino, António Telmo, Pinharanda Gomes e António Brás Teixeira, para além de outros intelectuais como Sant'Anna Dionísio ou Agostinho da Silva.
Detentora de uma profunda erudição e um vasto conhecimento universal, conjugou as várias linhas da tradição, espiritualidade e cultura portuguesas com as grandes obras de Mircea Eliade, Carl Gustav Jung, René Guénon, Henri Corbin e outros pensadores de renome internacional. A singularidade do seu pensamento abalou os meios intelectuais portugueses logo após a publicação do seu primeiro livro, O esoterismo em Fernando Pessoa, lançado apenas em 1971. Na sua obra destacam-se as referências ao lado feminino das nossas ancestrais raízes, bem como aos arquétipos que animam o nosso inconsciente colectivo. A magia que povoa as palavras constituintes da sua escrita aproximam-na da mística e do êxtase, como que os seus ensaios, poesia ou trabalhos literários fossem na verdade um registo das vociferações telúricas da Pátria-Mãe. 
A singularidade da sua obra e pensamento levaram-na a participar em inúmeras publicações e encontros nacionais e internacionais, tendo sido por várias vezes alvo de diversas e merecidas homenagens. Devemos por isso, hoje mais do que nunca, apostar no estudo e divulgação do seu legado. Esse cordão dourado que nos permite descer às nossas mais profundas raízes, desvendando alguns dos mais arcanos mistérios da essência cultural e espiritual da portugalidade. 
Dalila L. Pereira da Costa partiu hoje, a dois dias de completar 94 anos, deixando para trás dezenas de obras e um enorme sentimento de perda nos corações que a choram. O seu corpo encontra-se a ser velado na igreja do Santíssimo Sacramento, na rua Guerra Junqueiro, de onde sairá amanhã o funeral às 15:00.
A Nova Casa Portuguesa, expressa o mais sentido pesar por esta perda de vulto para a cultura nacional, na esperança porém de que a nossa ilustre sibila encontre agora a paz no seu caminho de regresso ao Paraíso, alcançando por fim a eterna Luz da Revelação.

quinta-feira, 1 de março de 2012

«Teoria do ser e da verdade» de José Marinho - Curso de Leitura e Comentário

«Aquele a quem foi dado ser plenamente como o em que se nega todo o parcial ser, como o que vê e, no ver do que é, infinitamente ultrapassa todo o ver e saber finito, esse, no mesmo instante em que frui a mais pura alegria, sabe para sempre toda a verdade.»
José Marinho em Teoria do ser e da verdade.

(Clicar na imagem para ampliar.)

O Curso de Leitura e Comentário da obra Teoria do Ser e da Verdade surge no seguimento do Colóquio José Marinho: Do Espírito ao Insubstancial Substante, realizado em Lisboa, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), durante Dezembro de 2011. Ano em que se celebrou o 50.º aniversário da 1.ª edição da principal obra de José Marinho, Teoria do Ser e da Verdade.
Com uma coordenação a cargo de Bruno Béu e Dirk Hennrich, este curso realiza-se nas instalações da FLUL entre 12 de Março e 26 de Abril, contando também com a participação de Paulo Borges, Jorge Croce Rivera, Rui Lopo, Ricardo Ventura e Renato Epifânio.
Mais informações sobre preços e inscrições em www.cursojosemarinho.blogspot.com, ou através do endereço de correio electrónico cursojosemarinho@gmail.com.