sábado, 28 de abril de 2012

Pascoaes/Risco: Do Saudosismo ao Atlantismo

«Deu-nos, a revelação da Saudade, o conhecimento da essência espiritual da nossa Raça, na sua íntima figura extática e nas suas exteriores e activas qualidades. Logicamente nos dará também o conhecimento do seu profundo sonho secular, cada vez mais despido da originária névoa encobridora e mais alumiado nas suas formas definidas.»
Teixeira de Pascoaes em Arte de Ser Português
«El héroe, pues nace em todos los tiempos, bajo diversas formas: héroe libre, caballero, soldado. No desarrolla el hombre en estos tiempos, seguramente, menos esfuerzo y coraje, que en los tiempos heroicos, pero han nacido nuevas virtudes y otras han muerto.»

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Inaugura-se hoje, pelas 19:00, na Fundación Vicente Risco, em Allariz (Galiza), a exposição Do Saudosismo ao Atlantismo: De Teixeira de Pascoaes a Vicente Risco. Procurando chegar ao grande público, esta exposição procura salientar a relação intelectual e pessoal entre Vicente Risco e alguns intelectuais portugueses ao longo da década de 1920. Partindo da correspondência e das dedicatórias de livros, esta mostra fará uma aproximação aos movimentos culturais portugueses, nomeadamente à Renasceça Portuguesa e ao seu órgão oficial de expressão, a revista A Águia. Tal como o próprio nome indica, Do Saudosismo ao Atlantismo: De Teixeira de Pascoaes a Vicente Risco, evidencia o saudosismo e a sua particular incidência na construção do pensamento risquiano no que concerne à questão do atlantismo.
Uma exposição a não perder na vizinha Galiza! 

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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Caos ortográfico instalado em Portugal chega a Inglaterra

Mais uma importante nota relativa ao (des)acordo ortográfico, transmitida pelo ilustre Professor António Emiliano.

Excerto do texto Convergence and Divergence in World Languages, da autoria do
Professor Roger Wright, publicado em Março deste ano na obra The Handbook
of Historical Sociolinguistics
.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Celebrações do centenário do Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arte Antiga

Aspecto particular da exposição A Invenção da Glória: D. Afonso V e as
Tapeçarias de Pastrana
, exibida em 2010.

Fundado em 1912 por figuras de grande prestígio nacional e internacional, o Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arte Antiga (GAMNAA) tem como objectivo apoiar a actividade do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) no plano material e financeiro, tendo sido o primeiro neste género a constituir-se em Portugal. Desde a sua criação tem prestado ao MNAA e ao país assinaláveis serviços, contribuindo para a aquisição de obras de arte e para a valorização da biblioteca do Museu.
Assim, de forma a celebrar o primeiro centenário deste grupo, organizou-se uma série de actividades que ao longo do ano irão marcar esta efeméride, já a partir de amanhã. A Nova Casa Portuguesa aproveita assim esta oportunidade para desejar os parabéns ao GAMNAA, expressando toda a sua gratitude pelo trabalho desenvolvido, assim como para divulgar o programa constituinte das celebrações. 

Programa

DIA DO CENTENÁRIO – 27 DE ABRIL DE 2012

11:00 - Na Biblioteca do Museu (entrada pela Rua das Janelas Verdes): Lançamento do Postal dos CTT comemorativo do Centenário, com carimbo especial da data.

20:30 - Concerto de Katia Guerreiro (entrada pela Rua das Janelas Verdes). Antes do concerto será servida uma taça de espumante em celebração do Centenário. Os bilhetes têm um custo de 30€ e encontram-se à venda nas portarias do Museu.

CONVERSAS COM… 
(Série de encontros entre várias personalidades e algumas peças do Museu)

16 de Maio, 18:00 - Conversa de Manoel de Oliveira com os Painéis de São Vicente e visionamento da curta metragem Painéis de S. Vicente de Fora,  Visão Poética de 2010.

18 de Julho, 18:00 - Conversa de Mário Soares com a Salomé, de Lucas Cranach, o Velho. (Sujeito a confirmação).

19 de Setembro, 18:00 - Conversa de Marcelo Rebelo de Sousa com as Tentações de Santo Antão de Jheronymus Bosch.

17 de Outubro, 18:00 - Conversa de João Lobo Antunes com o S. Jerónimo, de Albrecht Dürer.

21 de Novembro, 18:00 - Conversa de Eduardo Lourenço com o Retrato de S. Sebastião, de Cristóvão de Morais.

19 de Dezembro, 18:00 - Conversa de D. Manuel Clemente com O casamento místico de Santa Catarina, de Murillo.

Para mais informações ligar para o número 213973237, ou escrever para amigosmnaa@gmail.com.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

"Conversas em Família" na FLUP

«Marcello Caetano tentou privilegiar, nesses anos tempestuosos, em que era criticado à esquerda e à direita, o contacto com a população através de frequentes deslocações pelo país ou pela televisão, com as "Conversas em Família". Mas o fim do regime aproximava-se.»
António Ventura em História de Portugal Vol. XVII (Dir. João Medina)

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Realiza-se na próxima Quinta-Feira, dia 26 de Abril, pelas 17:30, no Anfiteatro 2 da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), uma conferência que visa abordar a questão da comunicação política no final do Estado Novo. Intitulada Comunicar no crepúsculo do Estado Novo: Marcello Caetano e as "Conversas em Família", este debate contará com as presenças de Clotilde Cristino e do mediático opinador Marcelo Rebelo de Sousa.
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade. 

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Os últimos baleeiros dos Açores

Detalhe da ilha do Pico retirado da obra Whaling Voyage Round the World.

Os intrépidos baleeiros açorianos foram em tempos fonte de inspiração de aventuras como as do famoso romance Moby Dick de Herman Melville. A coragem necessária para empreender o seu duro mester elevou esses homens à categoria de heróis que, para sobreviverem e alimentarem as suas famílias, lançavam-se à imensidão do mar, perseguindo as gigantescas bestas que o habitavam. Hoje, com o fim desta actividade, resta-nos a memória da mesma, responsável pelo moldar do carácter e dos hábitos de gerações e gerações de açorianos. 
The Last Whalers ou Os Últimos Baleeiros é um documentário de William Neufeld, produzido pela WBN Productions em 1968. Trata-se de um documento de elevado valor histórico e antropológico na medida em que registou os diferentes aspectos e implicações desta desaparecida actividade. Este vídeo é presentemente exibido na Azorean Whalemen Gallery do New Bedford Whaling Museum, nos Estados Unidos da América, lembrando e homenageando as nossas gentes do mar através da perpetuação da sua memória e identidade.

(Clicar na imagem para visualizar o documentário.)

quinta-feira, 19 de abril de 2012

1 de Dezembro - Dia de Portugal

«Já a I República recém instituída, atribuiu maior relevância ao 1.º de Dezembro, associando-o a um símbolo nacional de grande visibilidade – a bandeira. Logo em 15 de Outubro de 1910, o regime constituiu por decreto uma comissão encarregada de estudar a nova bandeira e hino nacionais. E em 29 de Novembro, o governo aprovava o projecto proposto pela referida comissão e instituía o 1.º de Dezembro como dia de Festa da Bandeira 16. Fazia-se assim coincidir a Festa da Bandeira – a nova bandeira republicana, sublinhe-se - com a data do 1.º de Dezembro, agora consagrada como feriado nacional. Associava-se pois um dos emblemas mais significativos da nação com uma data histórica relevante – a recuperação da independência nacional em 1640.»

Como sabemos, o 1.º de Dezembro é uma das principais datas da nossa História. Comemorada logo após os acontecimentos de 1640, que deram início à designada Restauração, esta data encerra em si a afirmação da Independência Portuguesa, bem como a vontade do seu povo em a reclamar e celebrar.
Com a recente polémica concernente à abolição de alguns feriados nacionais, imposta por forças obscuras e motivos menos claros, assistimos à eliminação deste feriado, a par de outros de carácter civil e religioso. Não deixa de ser estranho a eliminação do 1.º de Dezembro, cujo significado é deveras importante na afirmação e desenvolvimento da nossa consciência pátria e cívica, em detrimento de outras datas como o 25 de Abril ou o 1 de Maio.
O descontentamento de alguns portugueses perante esta afronta à nossa memória histórica e patriótica tem resultado em algumas acções de protesto, visando a revogação dessa intenção aberrante de eliminar o feriado do 1.º de Dezembro. Entre algumas das figuras mais conhecidas que se opõem a mais uma decisão ridícula e desastrosa deste (des)governo de Pedro Passos Coelho, encontra-se o deputado José Ribeiro e Castro, autor da obra 1 de Dezembro - Dia de Portugal, recentemente editada pela Principia.
Procurando explicar a origem deste feriado, bem como as razões pelas quais o mesmo deve ser salvaguardado e preservado, este livro será apresentado hoje, pelas 18:00, na sede da Sociedade Histórica para a Independência de Portugal (SHIP), em Lisboa. A cargo da apresentação estará o José Alarcão Troni, Presidente da SHIP, bem como o General José Garcia Leandro.
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.

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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Google lembra o 170º aniversário do nascimento de Antero de Quental

Celebra-se hoje o 170º aniversário do nascimento do nosso poeta e pensador Antero de QuentalA empresa norte-americana Google resolveu, uma vez mais, prestar a sua homenagem à cultura portuguesa, lembrando esta efeméride através de um doodle alusivo à sua figura. 
Nascido nos Açores, na cidade de Ponta Delgada, a 18 de Abril de 1842, Antero foi um homem de cultura, mas sobretudo de ideias e ideais, tendo tido um papel de destaque dentro do movimento da Geração de 70. Vivendo de forma intensa, encontrou a morte de uma forma violenta, suicidando-se na sua cidade natal a 11 de Setembro de 1891.

Doodle alusivo ao 170º aniversário do nascimento Antero de Quental utilizado pelo
motor 
de busca Google. 

terça-feira, 17 de abril de 2012

António Sardinha, a Contemporaneidade e a Fé

«Feliz de ti que crês! Eu não acredito nem deixo de acreditar. O século queimou-me as asas da fé e eu fiquei-me no limiar das portas da religião, sem poder sair nem entrar. No entanto é com melancolia cristianíssimo que eu olho os felizes que entram! É sempre bom ter-se uma certeza, ilusória embora, a que a gente se agarre nas oscilações da vida.»
António Sardinha numa carta datada de 03-11-1911,
endereçada à sua futura mulher. 

António Sardinha na sua juventude.

O positivismo de Auguste Comte veio abalar de vez os já frágeis alicerces de um paradigma tradicional, questionado pelos infames ventos jacobinos da Revolução Francesa de 1789, bem como pelo lado negro da esclavagista Revolução Industrial. À imagem do mundo ocidental, também Portugal se viu coberto pela nuvem negra de um racionalismo opressor da própria condição humana, estranho e antagónico à própria natureza do ser português e da cultura lusíada, caracterizada por uma profunda espiritualidade.
Para Portugal a entrada na contemporaneidade foi deveras violenta, mergulhando-nos um profundo sono de consequências tão nefastas como traumáticas. A generalizada confusão levantada pela corrente positivista assombrou e desgastou as sucessivas gerações de intelectuais portugueses, divididas na sua esmagadora maioria por uma luta interior, travada entre a sua ancestral espiritualidade e a imposição racionalista de um materialismo cego, fruto da tentativa aberrante de transformar o Homem em Deus. Um Deus da Razão, criado pelo próprio Homem, em oposição ao tradicional Deus criador.
Até mesmo António Sardinha, distinto poeta, ensaísta e doutrinador político-social, associado ao Integralismo Lusitano, o movimento monárquico católico português de carácter tradicionalista, padeceu de uma enfermidade espiritual, fruto do século e da época em que viveu. Esta herdara o pessimismo de finais do séc. XIX, nascido da ressaca de quase cinquenta anos de euforia científica. A sua letargia e vazio interior estendia-se a toda uma geração à qual pertencia e que, descrente das doutrinas da Igreja e das certezas da Razão, se refugiava nos meandros dos esoterismos e das sociedades secretas.
Foi a partir do contacto com as obras de Barrès, Bergson, Gustave Le Bon, Jules Soury ou Vacher de Lapouge, nomes ligados à revivescência católica iniciada em França durante o século XIX, que António Sardinha iniciou um processo de introspecção conducente ao seu regresso ao seio do catolicismo. Esta reaproximação foi inicialmente mais estética do que dogmática, mas à medida que mergulhava fundo na tradição político-religiosa portuguesa, mais foi sentindo a força do apelo da sua fé. 
Este processo de reconversão obrigou-o a ir de encontro a uma certa disciplina e doutrina, exigindo o seu esforço e atenção, potencializando desta forma o seu livre pensamento. Hoje, tempo e condições para discernir são dois elementos praticamente impossíveis de reunir. O ritmo da sociedade impele-nos a correr, enquanto as vicissitudes imorais do mundo moderno nos procuram ocupar cada segundo das nossas vidas, nem que seja com ruído ou entulho (des)informativo. Conforme defendia Henri Corbin, o bloqueio do ser humano no acesso ao estádio imaginal impede-o de realizar-se no seu todo, tornando-o mais submisso, conformado, deprimido, oprimido e facilmente manipulável. Por mais que acredite que não, o homem moderno aceita, de uma forma ou de outra, a ditadura do sorriso e o seu sistema, bem como o totalitarismo da Razão, da Ciência e de todos os dogmas sócio-políticos e económicos que procuram impor-nos. 
A arrogância advinda da falsa ilusão de que tudo está no Homem e no seu meio, não existindo nada fora dele e muito menos num plano metafísico ou espiritual, é a primeira causa para a existência de uma miopia intelectual generalizada, inibidora da própria problematização de hipóteses e até mesmo do desenvolvimento de um pensamento abstracto ou especulativo, específico e exclusivo da própria humanidade, assistindo-se à destruição dos racionalistas pelas mãos da sua própria Razão, essa pseudo-libertadora. A asfixia da fé representa, segundo esta perspectiva, um meio de opressão, um autêntico atentado à própria condição, liberdade e dignidade humanas.
Torna-se por isso pertinente a seguinte reflexão de António Sardinha que, apesar de escrita em 1912, se encontra longe de esvaziar nos seus conteúdos e actualidade:
«Claro que o meu religiosismo, além de ser um protesto contra a opressão do direito de pensar livre que por aí vai, é motivo de arte e de consolação espiritual. Não me importo com o que a razão me diz, oiço apenas o sentimento. E de resto hoje, por toda a parte o homem se está voltando de novo para a aspiração à imortalidade, visto que nada colheu dum século de positivismo estreito e dogmático. A religião não tem nada com os padres, como o Cristianismo nada com o Romanismo. Quem confunde as duas coisas é duma lamentável miopia intelectual.» 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O Porto em inícios do séc. XX

Invocando o facto da cidade do Porto ter sido recentemente galardoada com o título de Melhor Destino Europeu de 2012, aproveitamos para partilhar um interessante vídeo de inícios do séc. XX, através do qual podemos reviver a antiga dinâmica da sua zona ribeirinha. Este filme representa um interessante documento cujo elevado valor histórico, antropológico e patrimonial nos permite recuar aos primeiros anos do século passado, analisando-se a traça urbanística, bem como os mesteres, hábitos, costumes, trajes e outros aspectos do quotidiano da cidade. Na parte final do filme assiste-se a um salto geográfico do Douro Litoral para o Minho, onde são mostrados alguns aspectos daquela região, enfatizando-se a beleza das suas mulheres, seus respectivos trajes e adornos.
Produzido pela francesa Pathé, sabe-se que o filme foi realizado por M. R. Alexandre, nome creditado logo no começo do vídeo. Infelizmente este não se encontra datado, pelo que se torna difícil fazer uma datação exacta da filmagem. Pormenor que em nada retira a beleza destes 2 minutos e 14 segundos históricos de imagem em movimento.

Vídeo não datado da cidade do Porto, mostrando também alguns aspectos
quotidianos das gentes minhotas.

domingo, 15 de abril de 2012

Tabucchi homenageado no Teatro do Campo Alegre

Recentemente falecido, Antonio Tabucchi foi como sabemos um grande apaixonado pela cultura portuguesa, tendo sido um dos principais divulgadores da nossa literatura em Itália, nomeadamente da obra de Fernando Pessoa. Tendo visto vários dos seus livros serem adaptados ao cinema, o grupo Medeia Filmes decidiu homenagear o escritor italiano através da realização de um mini-ciclo cinematográfico de dois dias, a realizar-se a 16 e 17 de Abril no Teatro do Campo Alegre, no Porto.
No primeiro dia esta homenagem inicia-se pelas 22:00, com destaque para o filme Requiem, dirigido por Alain Tanner e inspirado em Fernando Pessoa. Dia 17 as projecções terão início pelas 18:30, estando agendada a projecção de 3 curtas realizadas a partir do livro de Sonhos de Sonhos de Antonio Tabucchi: Caravaggio, de José Maria Vaz da Silva; O sonho do senhor Sigmund Freud, de Isabel Aboim Inglez; O Senso dos desatinados, de Paulo Guilherme dos Santos.
O preço dos bilhetes é de 4€.

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Nota: O cartaz apresenta um erro nas datas das exibições. Onde se lê 16 e 17 de Março, devemos na realidade ler 16 e 17 de Abril.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Academia Popular de Filosofia

A criação de uma sociedade justa, baseada no respeito e na dignidade da pessoa ou indivíduo, sempre passou, em todos os grandes modelos e projectos civilizacionais, pela educação. Esse espírito foi de resto reavivado através de movimentos como a Renascença Portuguesa que cedo começou a preocupar-se com a necessidade de, entre outras coisas, apostar na criação das chamadas Universidades Populares. Essa centelha da filantropia ficou felizmente latente nas várias gerações que se foram sucedendo, perpetuando esse sonho de criar uma sociedade mais justa, consciente e cultivada. 
Foi precisamente desse espírito de partilha que surgiu a Academia Popular de Filosofia, a funcionar n'A Voz do Operário, em Lisboa. Propondo uma série de 6 aulas subordinadas a várias temáticas, estas iniciarão já amanhã, dia 12 de Abril, ficando a responsabilidade lectiva a cargo de nomes como Paulo Borges, Miguel Real, Viriato Soromenho Marques, André Barata, João Luís Lisboa, Ana Gonçalves e Ana Bernardo. 
A frequência destas aulas é gratuita, estando já abertas as inscrições através do seguinte endereço de correio electrónico: acad.popularfilosofia@gmail.com. Não deixe de participar.

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terça-feira, 10 de abril de 2012

Panorama 2012 - 6.ª Mostra de Documentário Português

Os ciclos Panorama arrancaram em 2006 e desde então têm sido consagrados à divulgação e discussão do filme documentário em Portugal. Mais do que uma simples organização de um festival de cinema documental, o grupo Panorama pretende também constituir uma plataforma de discussão acerca do que se vai fazendo em Portugal dentro desta área. 
Este ano a 6ª Mostra do Documentário Português  realiza-se entre os próximos dias 13 e 21 de Abril, tendo lugar no Cinema São Jorge e na Cinemateca Portuguesa.
Para mais informações referentes a esta mostra visite www.panorama.org.pt.

(Clicar na imagem para aceder ao programa.)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Os Descobrimentos Portugueses vistos por Tomasz Kostecki

«Qualquer epopeia, antes de se tornar visível nos feitos e na história documentada, começa por medrar no imaginário de alguns indivíduos e depois no de um grande número e até mesmo no de uma nação inteira, remexido pelos movimentos inconscientes de determinados arquétipos que, de maneira misteriosa - diria até: vulcânica - começam a agitar-se e a libertar energias imensas. E uma vez que os fenómenos do imaginário são o sonho, o desejo, a visão, que depois se manifestam por meio de lendas e mitos e ganham a sua forma acabada no poema, no conto, no romance e, de uma forma geral, na arte, é aí que devemos procurar as motivações profundas desse grande movimento de toda uma nação a que chamamos os "Descobrimentos Portugueses".»
Lima de Freitas em Porto do Graal

A Expansão e os Descobrimentos Portugueses representam as principais páginas de ouro da história da civilização ocidental. Através de um misto de mística e ciência, procedeu-se à iluminação interior do Homem, derrubando falsos mitos, orientando-se a humanidade rumo à sua mais autêntica e ecuménica espiritualidade. A dimensão desta empresa regurgitou toda uma mitologia e mística dormentes, encerradas desde tempos imemoriais no mais profundo âmago do ser português, permitindo-nos deste modo alcançar a nossa maturidade espiritual, fazendo-se cumprir o nosso destino histórico. Não obstante, da demanda portuguesa todos os povos absorveram a sua maior riqueza, ou seja, o conhecimento. O universalismo da mensagem da epopeia portuguesa foi deste modo reavivada e gravada na memória colectiva do Homem, enquanto regresso a um conhecimento primordial perdido. Talvez por isso, podemos encontrar ao longo da História vários autores e artistas, nacionais e estrangeiros, preocupados em materializar as suas visões e interpretações dessa mesma memória, edificadora da própria personalidade humana.
Tomasz Kostecki, pintor polaco nascido em 1964, foi um desses inúmeros artistas que procuram retratar e perpetuar as suas próprias visões e reflexões acerca da epopeia portuguesa. Foi através de um conjunto de quadros pintados a óleo que este pintor revisitou a visão mística desse episódio histórico, bem como dos seus intervenientes e feitos alcançados. Exibido em Portugal, no Casino do Estoril, durante a Expo 98, estes conjunto de trabalhos são aqui recuperados, de forma a relembrarmos, uma vez mais, a importância dos feitos outrora alcançados pelos nossos antepassados.       

Descobrimentos.

 A visão do Infante D. Henrique.

Infante D. Henrique.

Portugal.

Abrindo Novos Mundos.

Vasco da Gama.

Brasil.

Japão.

Fernão de Magalhães.

Os Descobrimentos Portugueses.

domingo, 8 de abril de 2012

Dêmos graças ao Senhor! Cristo Ressuscitou! Aleluia! Aleluia!

«O Cordeiro resgatou as ovelhas: 
Cristo, o Inocente, 
reconciliou com o Pai os pecadores. 

A morte e a vida 
travaram um admirável combate: 
Depois de morto, 
vive e reina o Autor da vida. 

Ressuscitou Cristo, minha esperança. 

Sabemos e acreditamos: 
Cristo ressuscitou dos mortos: 
Ó Rei vitorioso, 
tende piedade de nós.» 

Aparecimento de Cristo Ressuscitado à Virgem, pintura do mestre
Jorge Afonso (séc. XVI).

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Elegia de Luís Vaz de Camões para uma Sexta-Feira Santa

O Mártir da Cruz, aguarela de Manuel Tavares (1958).

Ó verdadeira Luz, justo Cordeiro, 
Jesus benigno, manso e piedoso, 
Filho do Padre Eterno verdadeiro! 
Que causa te moveu, Rei poderoso, 
tão escondida lá na mente eterna, 
a padeceres fim tão desonroso 
e deixar a mais alta e mais superna 
cadeira e vida por mais escura 
de quantas a mortal fama governa?

Ó preciosas chagas roxas, belas,
luminárias da noite tenebrosa,
de toda a luz privada das estrelas!
Ó Cruz bendita, cara, preciosa!
Contempla bem o passo que deram,
ó coroa de espinhos amargosa!
Vós, santos cravos, quando vos meteram,
à força de martelo, logo à hora
as serpentes e dragos se esconderam
O coração, a alma que não chora,
vendo-te, Redentor, com tantas dores,
em pedra viva de diamante mora.
Que não contemplais isto, pecadores,
e derramais mil lágrimas no dia, 
vendo o Senhor tão triste dos Senhores!

Vai, caminho de glória; vai, pombinha 
branca sem fel; bendita entre as mulheres;
vai, mãe da Lei da Graça, vai asinha
a o monte Calvário, se ver queres
ao teu precioso Filho antes de morto.
Desconsolada vai; vai, não esperes!
A o qual acharás bem sem conforto,
posto na Cruz, por partes mil chagado,
por nos dar sossegado e manso porto;
escarnecido, só, desamparado
entre dois malfeitores condenados, 
de fariseus e armas rodeado.

Mas vós, cruéis, perversos, cheios de ira,
com grita e escárnio, riso, tudo misto,
estais asidos todos na mentira,
dizendo em alta voz: - Se tu és Cristo,
desce-te dessa cruz em que estás posto! -,
não bastando os milagres que haveis visto.
E tu, Senhor, metido em tal desgosto,
estás sofrendo penas tão estranhas
com humilde, sereno e manso rosto. 
Ó algozes ingratos, de más manhas,
de troncos e penedos produzidos
nas mais altas e ásperas montanhas!
Que não vos humilhais, dizei, perdidos,
e não pedis perdão do que vos toca,
que, segundo é meu Deus, sereis ouvidos?
Pois Ele, com humilde rogo, invoca
a o Padre por vós benignamente,
deitando o fel e sangue pela boca,
dizendo: - Padre meu Omnipotente,
pedir-te quero, antes que me acabem,
que tudo isto perdoeis a esta gente,
pois o que fazem, certo, não o sabem.

Luís Vaz de Camões

terça-feira, 3 de abril de 2012

Leonardo Coimbra e os Livros Infinitos

«Corre mundo uma falsa noção de individualismo, que convém analisar. Afirmam-se individualistas, reclamando-se com Ibsen e Nietzsche, certos temperamentos mórbidos, insociáveis e egoístas. Aqui, como em tudo, a palavra tem indefinidos sentidos, percorrendo toda série de possíveis caracteres e tendências morais.»
Leonardo Coimbra em Dispersos V - Filosofia e Política

Numa terra com um povo que tradicionalmente se caracteriza por um traço de personalidade colectiva marcadamente anti-filosófico, Leonardo Coimbra acabou por conseguir distinguir-se como um dos grandes pensadores do séc. XX. A sua obra e o seu legado bastariam para fazer jus à sua memória, contudo, a vida de Leonardo Coimbra, apesar de tragicamente curta, foi também digna de registo face às inúmeras facetas encarnadas por este nosso valoroso e activo intelectual.
A importância de alimentarmos, na sociedade de hoje, valores e desígnios inerentes às nossas grandes personalidades, levaram José Ruy, um dos principais mestres da ilustração e da banda desenhada em Portugal a criar um belíssimo álbum com o objectivo de transmitir de forma simples e clara a vida e obra de Leonardo Coimbra.  
Lançado pela Âncora Editores, este livro intitulado Leonardo Coimbra e os Livros Infinitos foi alvo de destaque na edição do passado dia 13 de Março do semanário O Diabo, aproveitando-se o momento para aqui partilhar o conteúdo dessa breve recensão. 

(Clicar na imagem para ampliar.)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Porto eleito Melhor Destino Europeu de 2012

Insígnia conquistada pela cidade do Porto
durante o corrente ano de 2012.

Depois de Lisboa ter sido eleita pela Associação dos Consumidores Europeus como o "Melhor Destino Europeu de 2010", chega a vez da cidade do Porto receber esse mesmo honroso galardão, agora referente ao ano de 2012. A votação realizou-se durante cerca de três semanas na página de Internet do European Best Destination, tendo sido contabilizados mais de 212 mil votos.
Com esta vitória a cidade Invicta poderá passar a utilizar o logótipo "Escolha do Consumidor Europeu", durante um ano, em toda a sua comunicação oficial de turismo. Segundo informações oficiais da organização deste prémio, algumas das principais razões que levaram à eleição desta cidade portuguesa terão sido a beleza do seu centro histórico, classificado como Património da Humanidade pela UNESCO, o vinho do Porto, os jardins, a qualidade e diversidade da oferta cultural, a genuinidade da sua massa humana, a originalidade do seu comércio, assim como a qualidade superior da oferta hoteleira. 
A par do prémio The European City of the year 2012, atribuído pela The Academy of Urbanism à nossa capital, este galardão de European Best Destination, com o qual foi agraciada a cidade do Porto, vem reforçar a imagem e projecção internacional do Turismo Português, enfatizando a qualidade e diversidade das nossas ofertas.
Há que aprender com os bons exemplos! Parabéns Porto! Parabéns Portugal!

Mapa europeu com o 10 principais destinos turísticos de 2012.

domingo, 1 de abril de 2012

Desacordo Técnico

«O Movimento Desacordo Técnico é formado por estudantes de diversos cursos do Instituto Superior Técnico. Independentes de partidos e tendências políticas, opomo-nos ao Acordo Ortográfico de 1990 (AO). O nosso objectivo passa pela revogação do AO no Instituto Superior Técnico, levando esta proposta aos órgãos de governo da escola. Para isso, precisamos de reunir todo o apoio da comunidade do IST, seja de alunos, professores ou funcionários não-docentes. O desafio é grande, mas não é maior que a nossa vontade de defender a língua portuguesa. A mudança começa aqui.»
 Transcrição do texto de apresentação da plataforma Desacordo Técnico.


Desenganem-se os que acreditam que a heróica oposição ao (des)acordo ortográfico é feita exclusivamente a partir de áreas como as humanidades ou artes. A cada momento que passa multiplicam-se as vozes insurrectas contra o malfadado (des)acordo, nascendo diariamente grupos organizados empenhados na sua revogação. Entre os mais recentes movimentos criados encontra-se o Movimento Desacordo Técnico, constituído por estudantes de diversos cursos do Instituto Superior Técnico. Independente de qualquer tendência política ou cor partidária, esta plataforma de protesto visa exclusivamente a revogação do (des)acordo ortográfico, salvaguardando e defendendo a Língua Portuguesa.
O movimento tem uma página oficial de Facebook e conta já com algumas centenas de aderentes, esperando-se que o bom exemplo deste movimento estudantil se alastre a outras Universidades e Institutos do país, podendo-se num futuro próximo colher os frutos desta nobre luta, levada a cabo em defesa da nossa língua e da nossa cultura.
Disponível para qualquer esclarecimento, o Movimento Desacordo Técnico poderá ser contactado através do seguinte endereço de correio electrónico: desacordotecnico@gmail.com.