sexta-feira, 30 de novembro de 2012

'Operação Outono', um olhar sobre a conspiração

John Ventimiglia, actor da famosa série Sopranos é o General Humberto Delgado. 

Num espaço de aproximadamente dois meses, estrearam nas salas de cinema nacionais, três filmes portugueses dedicados a temas ligados à nossa história. Operação Outono, dirigido por Bruno de Almeida, mais conhecido do âmbito do cinema documental, foi o último a chegar às salas, relatando-nos uma das perspectivas mais comummente aceites acerca dos acontecimentos que envolveram a morte do General Humberto Delgado.
Independentemente de gostar-se ou não do enredo, criado segundo uma das interpretações feitas a partir dos factos históricos, este filme, não sendo uma obra-prima da sétima arte, contém alguns aspectos e momentos de altíssimo nível. Referimo-nos nomeadamente às representações de José Nascimento, no papel de Barbieri Cardoso, Diogo Dória, encarnando Mário de Carvalho e, por fim, o fadista Camané, numa surpreendente actuação enquanto António Semedo, um guarda fronteiriço com ligações à rede de informadores da PIDE. Claramente evidentes, os parcos recursos para a realização deste filme são em certa medida colmatados através de uma conseguida ambiência de inspiração conspirativa, decorrente ao longo de toda a acção e para a qual muito contribuiu a participação dos Dead Combo, responsáveis pela interessantíssima banda sonora que nos recorda os míticos compositores dos clássicos do cinema italiano de máfia e conspiração.
A escolha de John Ventimiglia para o papel de Humberto Delgado parece-nos uma escolha menos conseguida. O conhecido actor da série Sopranos aparenta ser bastante mais novo do que o general português era na realidade aquando dos factos retratados, sendo que a dobragem feita por cima da sua voz também não abona muito em favor da qualidade da sua prestação. Já Carlos Santos que interpreta o papel de Rosa Casaco é caracterizado de forma inversa, ou seja, aparentando ser mais velho do que aquilo que o controverso inspector era na realidade.
Não obstante a forma clara como transparece a incompatibilidade ideológica de Delgado com os traidores de Argel – socialistas e comunistas – Operação de Outono acaba por os ilibar da morte do general, sendo as culpas inteiramente atribuídas a uma célula independente da PIDE. Organização cujos funcionários são neste filme estigmatizados e politicamente apresentados de forma tendenciosa e pouco abonatória como rudes, mal-educados, incompetentes e, em geral, muito pouco inteligentes.

Trailer de Operação Outono, um filme de Bruno de Almeida sobre
o assassinato do General de Humberto Delgado.

domingo, 25 de novembro de 2012

Pensamento, Memória e Criação no Primeiro Centenário da Renascença Portuguesa (1912-2012)

«Renascer é regressar às fontes originárias da vida, mas para criar uma nova vida (...) O passado é indestrutível ; é o abismo, a treva, onde o homem mergulha as raízes do seu ser, para dar à nova luz do futuro a sua flor espiritual.»
Teixeira de Pascoaes em Renascença

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O Movimento da Renascença Portuguesa – que este ano celebra o seu centésimo aniversário – representou um dos principais esforços para uma refundação cultural de Portugal durante a primeira metade do século XX. A vasta intervenção deste movimento na sociedade portuguesa reflectiu, sobretudo através do seu órgão de expressão oficial, a histórica revista A Águia, a crença e a vontade expressa por uma significativa parte da elite intelectual nacional, de encontrar o caminho para uma outra república, distinta daquela implantada em 1910. Já então entendida como estrangeirada e longe de representar a tradição, os valores e desígnios históricos da pátria e raça portuguesas. O crescente interesse verificado por este movimento, assim como pelos inúmeros autores a ele associado, têm levado vários investigadores a estudá-lo, tanto em Portugal, como no estrangeiro, nomeadamente no Brasil e em Espanha, em particular na região da Galiza.
De modo a comemorar esta efeméride, terá lugar o Congresso Internacional Pensamento, Memória e Criação no Primeiro Centenário da ‘Renascença Portuguesa’ (1912-2012), a realizar-se entre os dias 29 e 30 de Novembro e o dia 1 de Dezembro, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), Universidade Católica do Porto e, por fim, na Casa das Artes de Amarante. Organizado pelo Grupo de Investigação Raízes e Horizontes da Filosofia e da Cultura em Portugal do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto, este colóquio é apoiado por uma ilustre comissão de científica, apresentando uma lista de oradores constituída por nomes tão distintos como António José de Brito, Pinharanda Gomes, António Braz Teixeira, Paulo Borges, Joaquim Domingues, Celeste Natário, Ernesto Castro Leal, António Cândido Franco, Manuel Cândido Pimentel, Isabel Ponce de Leão, Miguel Real, José Almeida, Samuel Dimas, Renato Epifânio, Duarte Braga, entre outros.
Para inscrições, mais informações ou esclarecimentos, dever-se-á contactar o secretariado do congresso através do endereço de correio electrónico geci@letras.up.pt, ou através do telefone 22 60 77 105.

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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O Rio da Memória: Arqueologia no Território do Leça

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Decorrerá no próximo dia 24 de Novembro, pelas 15:30, no Auditório Irene Vilar do Museu da Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira, a apresentação da obra O Rio da Memória: Arqueologia no Território do Leça. Publicado pela Câmara Municipal de Matosinhos, este livro serve de catálogo à grande exposição itinerária sobre a arqueologia nas margens do Leça que percorreu todos os concelhos com ligação histórico-geográfica àquele rio. Esta apresentação ficará marcada pela realização de uma mesa-redonda constituída por Assunção Araújo, Armando Coelho Ferreira da Silva, Álvaro Brito e Ricardo Teixeira, aproveitando-se ainda para inaugurar a exposição O Castêlo de Guifões: um porto comercial há 2000 anos e abrir a Feira do Livro Municipal de Matosinhos de 2012.
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Homenagem a Dalila L. Pereira da Costa

«Ó nostálgicas ilhas perdidas, que enigma nos propõe vossos altos cones verdes na terra espalhados, moradas de mortos antigos e sua sabedoria calada?»
Dalila L. Pereira da Costa em Portugal Renascido

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O Instituto de Filosofia da FLUP (Faculdade de Letras da Universidade do Porto), em parceria com o CNC (Centro Nacional de Cultura), organiza no próximo dia 20 de Novembro, pelas 18:00, no Palacete Visconde de Balsemão, no Porto, uma homenagem a Dalila L. Pereira da Costa, figura maior do Pensamento e Cultura pátrias, desaparecida no início do corrente ano. O Professor Paulo Ferreira da Cunha ficará encarregue do discurso de homenagem que será antecedido pela intervenção de Guilherme Oliveira Martins, presidente do CNC, a propósito da criação da Associação de Filosofia e Culturas de Língua Portuguesa. Este encontro será realizado no âmbito das celebrações do centenário do Movimento da Renascença Portuguesa.
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Aristides de Sousa Mendes: uma fraude histórico-consular!

Vítor Norte representa o papel de Aristides de Sousa Mendes.

Rodado em 2011, Aristides de Sousa Mendes – O Cônsul de Bordéus, foi pela sua temática um filme bastante aguardado pelo público nacional. A recente “criação” desta personalidade histórica, apelidada em boa-fé como o “Schindler português”, despertou o interesse para aquela obscura figura que, da noite para o dia, saltou para a ribalta em virtude de ter, supostamente, salvo a vida a 30000 almas durante a II Guerra Mundial, não obstante ter colocado em risco a neutralidade portuguesa naquele conflito, ou a própria sobrevivência de Portugal enquanto nação soberana.
Realizado por João Correa e Francisco Manso, este filme acabou por ver a sua estreia adiada durante a primeira metade deste ano, chegando só agora às salas portuguesas. As filmagens centraram-se sobretudo na região do Minho, nomeadamente na cidade de Viana do Castelo. A publicidade feita a alguns dos espaços nobres da cidade é bastante evidente, como se a justificar uma base de apoios e patrocínios à semelhança do que acontece com as produções de telenovelas mais amadoras, ou de baixo orçamento. O modo como surgem certos planos, mostrando locais como a Pousada de Santa Luzia, Praça da República, Teatro Municipal Sá de Miranda e até o famoso restaurante 3 Potes, leva este filme a roçar os limites do mau telefilme.
Acerca das representações e caracterizações das personagens pouco de bom poderemos acrescentar. Assemelhando-se a uma transposição do filme A Lista de Schindler para um teatro de escola, o enredo ficcional que abraça esta fantasia histórica é notoriamente fraco e pouco elaborado, tornando-se previsível e quase infantil.
Tudo parece pequeno e medíocre no Cônsul de Bordéus, um filme de fugir que em nada prestigia o cinema português contemporâneo.


Aristides de Sousa Mendes - O Cônsul de Bordéus.


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Recordar Amadeo de Souza-Cardoso nos 125 anos do seu nascimento

Amadeo de Souza-Cardoso foi um dos mais influentes artistas do modernismo português. Apesar da sua carreira ter sido temporalmente curta, a obra que o pintor e desenhador amarantino nos legou conquistou uma larga notoriedade nacional e internacional. Tento acompanhado as várias vanguardas artísticas emergentes na sua época, foi capaz de nunca deixar de surpreender a crítica. O seu reconhecimento internacional reflecte-se não apenas pelas inúmeras obras que o artista nunca teve problemas em vender, mas também pelas várias exposições internacionais em participou, tanto na Europa, como nos Estados Unidos da América e Canadá. Hoje, no 125.º aniversário do nascimento de Amadeo de Souza-Cardoso, o Google decidiu comemorar o nome desta importante figura da arte portuguesa e mundial com mais um belíssimo doodle.

Doodle evocativo do 125.º aniversário do nascimento de
Amadeo de Souza-Cardoso.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Percurso pedestre pelos trilhos da beata Mafalda

«Em terras dos vales do Sousa, Tâmega e Douro, no coração do Norte de Portugal, ergue-se um importante património arquitectónico de origem românica. Traços comuns que guardam lendas e histórias nascidas com a fundação da Nacionalidade e que testemunham o papel relevante que este território outrora desempenhou na história da nobreza e das ordens religiosas em Portugal.»
Excerto do texto de apresentação da Rota do Românico.

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O pedestrianismo é uma modalidade em franca expansão entre os portugueses. Aliando a actividade física ao contacto com o património natural e cultural, constitui hoje uma inteligente forma das autarquias darem melhor a conhecer todas as suas potencialidades e ofertas, tanto às populações locais como a outras pessoas exteriores à comunidade. Pensando nesta realidade, a Rota do Românico decidiu organizar mais uma caminhada temática, revisitando uma parte do património que a constitui. Este passeio pedestre de dificuldade moderada, a realizar a partir do concelho de Penafiel, levará os participantes a percorrerem vários períodos históricos, entre a Pré-História e a Idade Média, pelos trilhos da beata Mafalda, filha de D. Sancho I - uma personalidade da maior importância para a região durante o período da fundação da nacionalidade.
Para mais informações e inscrições nesta caminhada, visite-se a página oficial da Rota do Românico em: www.rotadoromanico.com.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Um quebra-cabeças chamado (des)acordo ortográfico

Volvida mais de uma década sobre a introdução em Portugal das imbecilidades televisivas conhecidas por reality shows, eis que pela primeira vez um desses programas degenerativos mostra algo de interessante e útil a toda a comunidade. Ainda que breve, durando menos de dois minutos, este histórico momento de lixo-televisivo contemporâneo aconteceu no programa Secret Story 3, quando quatro dos seus concorrentes resolveram discutir o malfadado (des)acordo ortográfico. A desenvoltura intelectual dos participantes do concurso televisivo, praticamente nula, parece ainda assim sobrepor-se à dos "doutos senhores da língua", vendilhões do templo, infiéis pregadores do culturicídio linguístico levado a cabo por este (des)acordo ortográfico. Vale a pena ver e partilhar. 
Agradecemos à plataforma Desacordo Técnico pela divulgação deste vídeo. 

Secret Story 3, um quebra-cabeças chamado (des)acordo ortográfico.

sábado, 10 de novembro de 2012

Sétima Legião - Porto

«O caminho faz-se caminhando, costuma dizer-se. E foi exactamente isso que os Sétima Legião fizeram: criaram de raiz um património num terreno ermo onde antes nada existia.»
Gonçalo Frota em Bandas Míticas: Sétima Legião

Pedro Oliveira num dos concertos que
marcaram o regresso dos Sétima Legião.

Os Sétima Legião tornaram-se numa das bandas mais influentes do chamado "rock português". Apesar de terem surgido já na segunda fase deste "movimento", o colectivo lisboeta cedo acabou por conquistar um lugar na história da pop nacional. Conjugando elementos tradicionais com o então designado "som da frente", os Sétima Legião calcorrearam os trilhos de outras bandas como os Heróis do Mar, ou os GNR, acabando por desbravar os seus próprios caminhos, conquistando o seu lugar na História. 
Mesmo sendo originários de Lisboa, os Sétima Legião mantiveram sempre uma excelente relação com a Invicta. Assim, inspirado neste laço, surge agora o livro Sétima Legião - Porto. Esta obra, da autoria de João Francisco Vilhena, contendo textos de Nuno Miguel Guedes, será hoje apresentada na FNAC de Santa Catarina, no Porto, pelas 18:00 e, poucas horas depois, às 21:30, na FNAC do GaiaShopping, em Vila Nova de Gaia. Este evento contará ainda com a presença do autor e de alguns elementos da banda. Não perca! 


Sétima Legião numa apresentação televisiva do tema Reconquista.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Poesia, Ontologia e Tragédia em Fernando Pessoa

«Fernando Pessoa (1888-1935), uno de los creadores literarios más importantes, del siglo XX, no és sólo un literato. Su pluralidad creadora y sus múltiples facetas hacen de él un creador múltiple ligado a la Ciencia, la Religión, la Política, el Esoterismo y cómo no a la Filosofia. Estudiante de Filosofía en su "tercera adolescencia", recién llegado a Lisboa desde Durban, su pásion por la filosofía permanecerá siempre en él ligada primero al deseo de verdad metódica y posteriormente a un ímpetu filosófico, asistemático y literario, pero no por ello menos valioso.»

Capa do mais recente trabalho do investigdor
espanhol Pablo Javier Pérez López.

Apresentada na capital catalã em vésperas do colóquio internacional Fernando Pessoa en Barcelona, ocorrido no passado mês de Outubro, a obra Poesía, Ontología y Tragedia en Fernando Pessoa de Pablo Javier Pérez López convida-nos a uma curiosa análise crítico-interpretativa do poeta e pensador português. Com um prefácio de Jerónimo Pizarro, este livro encontra-se disponível pela Editorial Manuscritos, apontando interessantes proximidades entre Fernando Pessoa, Friedrich Nietzsche, Jorge Luis Borges, entre outros.
O crescente interesse em Fernando Pessoa, não apenas na sua obra, mas também na sua própria vida, tem vindo a alicerçar o carácter icónico deste nosso autor e pensador. Sendo hoje uma referência mundial dentro das várias correntes literárias modernistas do século XX, torna-se natural a multiplicação dos estudos críticos que se têm registado um pouco por todo o mundo. Pessoa, para além de figura cimeira da cultura nacional é hoje um autor cosmopolita e universal. Uma personalidade essencial e incontornável para a compreensão da esfera poético-literária e filosófico-cultural do mundo ocidental contemporâneo.
Poesía, Ontología y Tragedia en Fernando Pessoa, dá-nos a conhecer mais um Fernando Pessoa, através da análise à forma como o autor português conjugava o pensar com o poetizar, rompendo com as aparentes fronteiras existentes entre a Filosofia e a Poesia. O autor desta obra procura também demonstrar o modo como Pessoa aceitou alegremente “a tragédia de ter que fingir para dizer a verdade e conquistar o impossível”. Dividido em doze capítulos, este livro aborda questões como o pensamento poético português e peninsular, a inspiração filosófica do pensamento pessoano e o amor à verdade, a superação do lirismo através de uma metafísica poética, a categorização de Fernando Pessoa enquanto “poeta-pensador”, o sensacionismo, o pensamento trágico, as chaves filosóficas para o fenómeno heteronímico, o pessimismo, cepticismo e tristeza, o pensar poético, a metafísica e a loucura, a matriz ontológica do universo pessoano, ou a vontade de infância. Fruto de um minucioso trabalho de análise e investigação, Poesía, Ontología y Tragedia en Fernando Pessoa reflecte todo o cuidado e rigor do seu autor, resultando num dos mais interessantes ensaios pessoanos publicados durante o corrente ano.
Pablo Javier Pérez López é natural de Valladolid, cidade onde estudou e se doutorou em Filosofia. O seu interesse pela investigação levou-o a passar alguns períodos na Universidade de Lisboa e na UNICEN, na Argentina, acabando por adoptar como suas áreas temáticas de eleição a dialéctica poético-filosófica, a questão da infância, a vontade, o pensamento trágico e a filosofia da Cultura Portuguesa. Acerca deste tema aprofundou essencialmente a vida e obra de Fernando Pessoa, sendo membro da equipa que edita as obras do autor português publicadas pela Ática. Juntamente com Fernando Calderón Quindós foi também organizador de El pensar poético de Fernando Pessoa, uma antologia de ensaios pessoanos prefaciados por José Saramago. Como podemos observar em Poesía, Ontología y Tragedia en Fernando Pessoa, Pablo Javier Pérez López, é um nome a reter e considerar dentro do panorama internacional dos novos investigadores pessoanos.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Novembro

«Novembro não é um livro de História, é um romance que se lê como um romance, um xadrez de personagens, lugares, paixões, segredos, intrigas. E também a memória de um Portugal desaparecido. Em Novembro tudo acaba: O Império, a Revolução e os sonhos dos que, dos dois lados, não ficaram no meio e deram tudo por tudo.»
Excerto da nota de imprensa da obra Novembro

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Novembro é o título do recém-publicado romance de Jaime Nogueira Pinto que agora, pela primeira vez, embarca também na grande aventura da literatura. Nesta obra de ficção, o seu autor reporta-nos para um outro Portugal, perdido nos idos dos anos 1970, contando-nos uma história com a qual muito certamente se identificarão algumas pessoas que, tal como Jaime Nogueira Pinto, estariam na casa dos vinte anos por ocasião do fatídico 25 de Abril de 1974. Publicado pela Esfera dos Livros, este livro terá o seu lançamento oficial amanhã, dia 8 de Novembro, pelas 18:30, no Café Império, em Lisboa, ficando a sua apresentação a cargo de Vasco Graça Moura.
Um livro e um evento a não perder. 
 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

II Conferência Internacional de Tradição Oral

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Durante os próximos dias 8, 9 e 10 de Novembro, a cidade de Évora irá receber a II Conferência Internacional de Tradição Oral, dedicada ao tema Oralidade e Património Cultural. Este encontro enquadra-se no âmbito do projecto Oralities e tem como objectivos principais reflectir sobre a produção da oralidade, a sua importância como ferramenta de diálogo intercultural e de construção do património, salvaguardando uma realidade social e cultural que deve ser valorizada através da sua visibilidade pública.
Com um comité científico constituído por José Rodrigues dos Santos, Santiago Prado Conde, Cláudia Sousa Pereira, Luísa Tiago Oliveira e Isabel Cardigos, este evento será dedicado às seguintes temáticas: as minorias e a tradição oral (História, Geografia, Etnografia…); memória em crise, oralidades e memória traumática; o conto tradicional como arte performativa; Músicas e tradições, o papel das oralidades; tradições orais e contextos locais; formas e problemas da transmissão da oralidade.
A II Conferência Internacional de Tradição Oral terá lugar no Fórum Eugénio de Almeida, sendo a entrada livre e aberta a toda a comunidade. Um evento a não perder!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Curso sobre "O Movimento da Renascença Portuguesa"

«Adoremos o espírito, o nosso belo espírito; implantemo-lo na nossa terra, que é santa porque criou a saudade, como os desertos trovejantes da Palestina criaram Jeová, e os viçosos, harmoniosos vales gregos, criaram Orfeu e Apolo.»
Teixeira de Pascoaes em Renascença (o espírito da nossa Raça).

Arranca já amanhã o curso O Movimento da Renascença Portuguesa (1912-1932), promovido pelo Instituto de Filosofia Luso-Brasileira e que conta também o apoio do SHIP (Sociedade Histórica para a Independência de Portugal). Esta acção de formação visa dar a conhecer, ao longo de 24 sessões, algumas das figuras nucleares de um dos principais e mais influentes movimentos culturais portugueses do século XX.
Contando com a colaboração de nomes conceituados como António Braz Teixeira, Pinharanda Gomes, Paulo Borges, Joaquim Domingues, Samuel Dimas, Celeste Natário, Duarte Ivo Cruz, António Cândido Franco, Cristina Nobre ou Paulo Samuel, este curso durará até Maio do próximo ano.
As inscrições poderão ser feitas na secretaria do SHIP, tendo um custo de 30€ para os sócios daquela instituição e do próprio Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, ou 35€ para o público geral.

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domingo, 4 de novembro de 2012

Costumes portugueses segundo João Palhares (2.ª parte)

Conforme foi aqui anteriormente referido, a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) reúne no seu espólio uma série de gravuras da autoria do artista português João Palhares, representando trajes, costumes, hábitos e profissões do Portugal novecentista. Optámos hoje por partilhar mais algumas dessas gravuras, importantes pela questão estético-artística, mas também pelo seu valor etnográfico e patrimonial, permitindo-nos viajar até a um Portugal de outros tempos, revisitando algumas profissões e actividades económicas hoje já desaparecidas.  

Aguadeiro de Faro.

Alentejano.

Ceifeira da província do Minho.

Estudantes da Universidade de Coimbra.

Homem da Beira vendendo lanifícios das fabricas nacionais.

Lavadeira, mulher dos arrabaldes da cidade do Porto.

Lavrador da Ilha de S. Miguel.

Mulher de Portalegre.

Polícia civil de Lisboa.

sábado, 3 de novembro de 2012

Dicionário de Arqueologia Portuguesa

No próximo dia 8 de Novembro, pelas 21:30, será apresentado na FNAC do NorteShoppingDicionário de Arqueologia Portuguesa. Publicada pela histórica editora Figueirinhas, esta obra foi coordenada por dois grandes nomes da arqueologia portuguesa contemporânea, Jorge de Alarcão e Mário Barroca. Procurando sintetizar um período de investigações arqueológicas cronologicamente balizado entre o aparecimento do primeiros vestígios humanos e os alvores da modernidade, este dicionário contém aproximadamente mil entradas, lavradas por dezenas de especialistas nacionais.
Esta apresentação ficará a cargo do arqueólogo Cláudio Torres (Prémio Pessoa), contando ainda com a presença dos coordenadores deste trabalho. A entrada é livre!

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