terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Grandes Chefes da História de Portugal

«Numa altura em que Portugal atravessa mais um momento conturbado, erguem-se vozes clamando por alguém que lidere o país na direcção da prosperidade. Alguém que se destaque pelas qualidades de autoridade, competência, poder de decisão e capacidade de liderança; em suma, um "chefe".
Mas a chefia não se limita a acções, por mais marcantes que estas sejam; traduz-se, também, por ideias, que, embora nem sempre vencendo no tempo em que foram pela primeira vez formuladas, acabarão por marcar o nosso destino.
Ao longo da nossa História várias foram as figuras que, em determinado momento ou área, personificaram os valores que associamos a um bom chefe, ou líder. Este livro aborda, precisamente, os temas da chefia e da liderança e a figura do chefe, o seu trajecto, influência e simbolismo, em várias áreas humanas, sociais e políticas ao longo do tempo, exemplificando com figuras e episódios relevantes.
Cada modelo de chefia é representativo, à sua maneira, de autoridade – formal ou informal – e de influência – passageira ou perene. E cada um contribuiu para moldar o Portugal actual.»  
 Do texto de apresentação da obra Grandes Chefes da História de Portugal.

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Analisando a nossa história mais recente facilmente nos apercebemos do crescente problema que a sociedade portuguesa enfrenta quanto à questão de criação de elites. Este é uma velha dificuldade do Portugal saído de Abril. Contudo o paradigma marxista instalado após o golpe de Estado de 1974 veio apenas agudizar um mal entre nós enraizado há já vários séculos. Não somos nós que o dizemos. A crítica mais feroz a esta realidade pertence aos modernistas portugueses de inícios do século XX, entre os quais, Fernando Pessoa e Almada Negreiros. O autor da obra Mensagem via na incapacidade de Portugal criar escóis um dos factores degenerativos da Pátria. Talvez mais desiludido estivesse Almada Negreiros que exigia mesmo uma Pátria que o merecesse. Não obstante estas críticas, esta geração não deixou de bater-se pela necessidade de um redespertar do homem português para o seu destino histórico, algo que hoje, infelizmente, parece não acontecer com as presentes gerações de portugueses. Porquê? Talvez as gerações mais velhas continuem iludidas ou envergonhadas com os erros do passado, ao passo que os mais novos continuam a crescer na escuridão do desconhecimento e ausência das grandes referências e exemplos.
Cremos não estar muito longe da verdade ao afirmarmos que a profunda crise em que nos encontrámos hoje mergulhados nasce de todo um problema relacionado com a questão das elites da problemática da liderança. Escreveu Álvaro Ribeiro: «A aceitação e a admiração da superioridade existe em toda a consciência de boa formação moral.» Ora, quando uma sociedade se esquece deste princípio basilar da moralidade, ela rapidamente se precipita no abismo da decadência.  
Cientes desta realidade, Ernesto Castro Leal e José Pedro Zúquete lançaram-se ao desafio de perscrutar na História de Portugal alguns dos principais líderes que construíram a identidade do nosso povo, moldando através das suas acções reais ou idealizadas o seu inconsciente colectivo. O objectivo era claro, voltar a redescobrir o arquétipo do chefe, há muito perdido entre as brumas nebulosas. A obra Grandes Chefes da História de Portugal, organizada por estes dois autores e redigida em co-autoria com outros treze investigadores nacionais e estrangeiros é a materialização desse balanço, disponível desde o início do mês de Fevereiro através da Texto Editores, chancela do grupo Leya. Um livro a não perder. 
      
Lista de conteúdos e de autores

Capítulo I
O Chefe Lusitano por José Almeida

Capítulo II
O Chefe Militar por João Gouveia Monteiro

Capítulo III
O Chefe Judaico por Nachman Falbel

Capítulo IV
O Chefe Aventureiro por António dos Santos Pereira

Capítulo V
O Chefe Jesuíta por António Júlio Trigueiros

Capítulo VI
O Chefe Luso-brasileiro por Miriam Dolhnikoff

Capítulo VII
O Chefe Liberal por Manuel M. Cardoso Leal

Capítulo VIII
O Chefe Maçónico por António Ventura

Capítulo IX
A Chefe Feminista por Manuela Tavares

Capítulo X
O Chefe Republicano por Ernesto Castro Leal

Capítulo XI
O Chefe Fascista por Eduardo Cintra Torres

Capítulo XII
O Chefe na Extrema-direita por Riccardo Marchi

Capítulo XIII
O Chefe Comunista por Rui Bebiano e Miguel Cardina

Capítulo XIV
O Chefe Diplomático por Bruno Cardoso Reis

Capítulo XV
O Chefe Constitucional por Paulo Ferreira da Cunha

Capítulo XVI
O Chefe Imaginário por José Pedro Zúquete

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Fernando Pessoa e o Oriente

«Minha imaginação é uma cidade no Oriente.»
Bernardo Soares em Livro do Desassossego.

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No próximo dia 1 de Março, pelas 14:00, terá lugar na sala Nova Deli do Museu do Oriente, um Seminário Internacional subordinado ao tema Fernando Pessoa e o Oriente.
Esta iniciativa é organizada e realizada em parceria pelo Centro de Filosofia e pelo Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa, com a colaboração da Fundação Oriente. O comité científico deste encontro é composto por Duarte Braga, Fabrizio Boscaglia e Rui Lopo que, juntamente com Paulo Borges e Antonio Cardiello, constituem também a lista de oradores.
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade. 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Recordando Rodrigo Emílio

Cripta: in nomine Filii

Pai-Menino que estás na terra,
exumado seja o teu nome, seja feita a tua guerra,
satisfeita a tua fome,
e não ligues às ofensas
sem nome que tens sofrido, 
porque eu, por mim, não perdoo
a quem te tem ofendido.

Rodrigo Emílio.

Rodrigo Emílio (1944 - 2004).

Perfazem-se hoje exactamente três anos sobre o concerto de José Campos e Sousa em homenagem ao nosso poeta-soldado Rodrigo Emílio, levado a cabo na sede da Sociedade Histórica para a Independência de Portugal. Combatente pela Pátria em todas as frentes, Rodrigo legou-nos essencialmente duas coisas: o exemplo e a sua obra poética. Propositadamente esquecido e negligenciado pelas esferas de influência da cultura nacional pós-25 de Abril, conserva-se na memória e nos corações de todos aqueles que, alheios ao medo e aos interesses pessoais, insistem antes de tudo em amar Portugal.
José Campos e Sousa, amigo e camarada do nosso Rodrigo, ciente da justiça das várias homenagens que lhe têm vindo a ser prestadas nos últimos tempos, não só se prontificou de imediato a participar nas mesmas, partilhando os seus testemunhos, como musicou também alguns dos seus poemas, dando origem ao álbum Rodrigamente Cantando.   
Este concerto cuja memória hoje evocamos e partilhamos sob a forma de vídeo foi antecedido pela apresentação de uma antologia poética de Rodrigo Emílio, lançada pela editora Areias do Tempo, contando com a organização  de Bruno Oliveira Santos e um prefácio da autoria do saudoso António Manuel Couto Viana. Uma obra absolutamente incontornável que consegue ser, simultaneamente, um excelente ponto de partida para todos os que ainda não se iniciaram na obra de Rodrigo Emílio. Há leituras que, apesar de fundamentais, nunca chegam demasiado tarde.   

José Campos e Sousa ao vivo na Sociedade Histórica para a
Independência de Portugal a 20 de Fevereiro de 2010.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Filosofia e Culturas de Língua Portuguesa

«Uma das características maiores de algum do mas singular pensamento português parece ser a visão de que o pleno sentido e realização das supremas possibilidades do mundo, do homem e da história é indissociável da sua transfiguração no divino ou no absoluto.»
Paulo Borges em Pensamento Atlântico.

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O Grupo de Investigação Raízes e Horizontes da Filosofia e da Cultura em Portugal do Instituto de Filosofia da FLUP (Faculdade de Letras da Universidade do Porto) promove, a partir desta semana, um Seminário Permanente dedicado à Filosofia e Culturas de Língua Portuguesa. Criado com o objectivo de estabelecer pontes entre os diversos espaços filosófico-culturais do mundo de língua portuguesa, promovendo o diálogo transdisciplinar entre a Filosofia e outras formas de expressão cultural, as diversas sessões deste seminário contarão com a colaboração dos membros do Grupo de Investigação e do Instituto de Filosofia, bem como com alguns ilustres convidados.
A primeira sessão terá lugar já no próximo dia 20 de Fevereiro, pelas 15:30, na sala 201 da FLUP, contando com as intervenções de Celeste Natário, Renato Epifânio e António Braz Teixeira. No final deste encontro será ainda apresentada a mais recente obra de António José de Brito – Aporias do Ponto de Partida da Filosofia – editada na colecção Nova Águia da editora Zéfiro. A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Finis Mundi n.º 6

Lançada em 2013, a Finis Mundi n.º 6 reúne mais um interessante leque de colaborações nacionais e internacionais. Neste número, aos artigos de António Marques Bessa, Duarte Branquinho, Manuel Pinto de Rezende, Aleksandr Dugin, Renato Epifânio, Nuno Morgado, Oleksandr Lenko, entre outros, junta-se uma secção especial contendo as actas do Encontro Pessoa/Cioran, realizado a 30 de Novembro de 2011 na FLUP (Faculdade de Letras da Universidade do Porto), nas quais se destacam as contribuições especiais de Paulo Borges, Costa Macedo, Elsa Cerqueira e José Almeida. 
A revista encontra-se disponível na sua página oficial em http://revistafinismundi.blogspot.pt, podendo contactar-se o serviço de vendas e assinaturas através do seguinte endereço de correio electrónico: revistafinismundi@gmail.com. Esta publicação de referência poderá ser ainda adquirida nos seus dois formatos, físico e digital, através da Amazon. O preço de capa é de apenas 12€, compreendendo já as despesas de envio. 
Mais um número a não perder.

Capa da revista Finis Mundi n.º 6.

Lista de conteúdos e colaboradores

ACTAS DO ENCONTRO PESSOA/CIORAN
Nota Introdutória
- José António Miranda Moreira de Almeida

Emil Cioran e Fernando Pessoa, salto no absoluto
e “fuga para fora de Deus”
- Paulo Borges

Tempo e Palavra em Cioran
- J.M. Costa Macedo

Utopia em Fernando Pessoa e Emil Cioran
- José António Miranda Moreira de Almeida

Acerca do Conceito de Normalidade em Cioran
- Elsa Cerqueira

RESENHA
Video Nasties - Um Breve Olhar
- Luís Baptista

HISTÓRIA & BIOGRAFIA
A Geopolítica Existencial de Carlo Terracciano
- Aleksandr Dugin

José Acúrsio das Neves: Pensador Liberal ou Político Conservador?
Manuel Pinto de Rezende

A(s) Voz(es) do(s) Nacionalismo(s) Brasileiro(s)
- Jefferson Carvalho Jr.

ACTUALIDADE
Fátima, Fado e Futebol
- Duarte Branquinho

Esclarecimentos importantes sobre: Conspiração, Teorias da Conspiração, Sociedades Secretas, Ordens Iniciáticas, Think Tanks e Seitas
- João Lino Santos

Patologia Social Fenótipo Empático-Sintética
- David Botelho Mogas

Portugal: Crise, Ideias, Estado e Futuro
- Manuel Brás

O Fim da Farsa da Solidariedade Europeia
- Renato Epifânio

GEOPOLÍTICA & RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Novamente é Tempo de Lusotropicalismo
- António Marques Bessa

Globalização, Política Internacional e Luso-Brasilidade no século XXI
- Sandra Balão

Ex-Jugoslávia: a regra da Europa ou a excepção dos Balcãs?
- Nuno Morgado

Sobre o estado actual do continente africano e algumas estratégias de saída
- Rui Martins

Suíça e União Europeia: o peso da cultura política
- Sónia Pedro Sebastião

A política de avanço da República da Índia no contexto da Guerra Fria: da inactividade hábil no Tibete à captura da Índia Portuguesa
- Oleksandr Lenko

Política Europeia de Segurança e Defesa, PESD
- Luís Mira Pereira

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Entrudo Chocalheiro

«Em Podence não se concebe o Carnaval sem as enigmáticas figuras dos "caretos". São eles que animam toda a ritualidade destes dias de folia, num crescendo que ano após ano se vem notando a olhos vistos, sendo agora, para além dos rapazes, as crianças e as próprias moças que assumem, sem dificuldade este papel.»
António Pinelo Tiza em Inverno Mágico: Ritos e Mistérios Transmontanos

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Entre os dias 10 e 12 de Fevereiro a tradição voltará às ruas de Podence, no concelho de Macedo de Cavaleiros. É o entrudo chocalheiro, ou festa dos rapazes, vestígios ancestrais da nossa primordial tradição, repercutidos no imaginário popular do ethos do nosso povo. Festa e religiosidade popular plasmada na recriação e vivência dos velhos ritos. Esta é uma oportunidade de viver uma experiência espiritual e cultural única, mergulhando no caos do sagrado e do profano, revivendo os ritos e costumes de alguns dos nossos antepassados.
Com uma organização a cargo do Município de Macedo de Cavaleiros e dos Caretos de Podence, este é um Carnaval mágico e identitário ao qual não podemos faltar. O nosso Carnaval.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

História de Portugal de José Hermano Saraiva com a Sábado

«Entre os antepassados do actual povo português figuram, para a par, os povos das regiões do Sul, os Calaicos dos vales de Entre Douro e Minho e os habitantes das serranias do Centro, a que chamamos Lusitanos. Mas foram os Lusitanos que mais atraíram as simpatias dos nossos eruditos e poetas; desde Camões, os Portugueses vêem nos Lusitanos os seus mais nobres antepassados.»
José Hermano Saraiva em História de Portugal

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Desaparecido em 2012, o saudoso Professor José Hermano Saraiva era para a esmagadora maioria dos portugueses o rosto da nossa História. Convidado habitual dos serões televisivos de milhares de famílias, foi durante dezenas de anos o nosso principal divulgar histórico. Português de alma e coração, sempre fiel aos seus inabaláveis princípios, resistiu aos vis ataques de que foi alvo após o golpe de Estado de 25 de Abril de 1974. Exemplo para várias gerações, trabalhou do princípio até ao final da sua vida, num claro sinal de humildade e entrega em prol das nossas comunidades espalhadas pelo mundo.  
De modo a lembrar e homenagear a vida e a obra deste grande português, a revista Sábado resolveu oferecer aos leitores a sua História de Portugal, escrita em bom português e originalmente publicada pelas Publicações Europa-América. Dividida em seis volumes, a primeira entrega será feita já no próximo dia 7 de Fevereiro sendo posteriormente distribuída ao ritmo de um volume por semana, até ao dia 14 de Março de 2013. Uma iniciativa a não perder.