sábado, 28 de maio de 2016

A Revolução de Maio

O filme para hoje é, inevitavelmente, A Revolução de Maio de António Lopes Ribeiro. Um filme de propaganda produzido em 1937 pelo Secretariado da Propaganda Nacional - órgão dirigido pelo incontornável António Ferro.
O enredo é simples, educativo e definidor de toda uma época. Um agente comunista, envolvido nas malhas do terrorismo internacionalista, chega a Portugal cerca de uma década após a Revolução Nacional de 1926 com o objectivo de organizar uma insurreição contra o Estado Novo. Porém, o agitador encontra em Portugal um país bem diferente daquele apresentado pela propaganda comunista e anarquista. Reina a ordem, a estabilidade e o progresso na Pátria imperial comandada por António de Oliveira Salazar, o derradeiro obreiro do ressurgimento pátrio a que tantos aspiravam desde há largas décadas. Face à indiscutível obra perpetuada desde cedo pela nossa ditadura, o agente ao serviço dos interesses esquerdistas e internacionalistas vê-se obrigado a abandonar os seus pérfidos ideais anti-patriotas, abraçando o espírito pátrio e delatando todos os conspiradores que atentavam contra Portugal e os portugueses.
Um clássico a rever no dia em que se celebram os 90 anos da Revolução Nacional de 28 de Maio de 1926! Um filme com final feliz!

A Revolução de Maio de António Lopes Ribeiro (1937).

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Os 90 anos da Revolução Nacional de 28 de Maio

No próximo Sábado celebram-se os 90 anos da Revolução Nacional de 28 de Maio de 1926. Uma data na qual se evoca também a memória de todos aqueles que, antes e após essa data, se bateram pelos mesmos princípios, valores e ideais inerentes à nossa tradição espiritual, histórica e política. Este ano, para além dos habituais encontros de celebração desta efeméride, serão ainda apresentados dois ensaios publicados pela editora Contra-Corrente.
Ano após ano, a cada 28 de Maio, um conjunto de patriotas e nacionalistas congrega-se em torno de um esforço conjunto de preservação e manutenção de tudo o que constitui o sagrado ideal pátrio. Não o fazem por mera expressão nostálgica do passado, mas pela consciência da importância da sua missão que visa transmitir aos vindouros a chama de uma tradição viva. Neste ponto, não podemos deixar de evocar a memória de António José de Brito que, há quatro décadas, começou a organizar, no Porto, os célebres jantares do 28 de Maio. Encontros que, perpetuando-se no tempo, começam agora a conhecer outras réplicas espalhadas pelo país, nomeadamente, em Lisboa.
Entender o espírito de 1926 implica a compreensão de uma época que antecede os fatídicos marcos de 1789 e 1820, ajudando-nos a perceber o período que precede os trágicos acontecimentos de 1974. À data da Revolução de Maio, Portugal concluía triunfalmente a sua guerra dos cem anos. O esforço e a vontade empregues nessa movimentação política e social
pró-Portugal impôs a derrota a um século de liberalismo estrangeirado e invasor. Uma vitória apenas conseguida graças ao empenho de inúmeros sectores da comunidade patriótico-nacionalista portuguesa. Militares, monárquicos, republicanos, católicos, ateus, integralistas, fascistas e partidários vários de um nacionalismo autêntico, supra-ideológico, consagrado a um amor incondicional à Pátria, todos eles tomaram parte activa na Revolução de Maio.
Despertos para os erros do passado e a necessidade de garantir o futuro, souberam os heróis de 1926 manter o espírito de união que tantas vezes tem fugido ao nosso Povo. Foi graças ao espírito saído da Revolução Nacional que, até hoje, não se conseguiu, entre nós, extinguir o facho que ilumina a chama do altar da Pátria.
Por este motivo, face aos conturbados dias em que vivemos, celebrar o 28 de Maio reveste-se, a cada ano, de uma crescente importância, pelo que a editora Contra-Corrente preparou um duplo lançamento para marcar essa data. Trata-se da reedição de Os que arrancaram em 28 de Maio, de Óscar Paxeco, e da edição de Salazar, António Ferro e Franco Nogueira: Proas e Mastros do Estado Novo, obra póstuma de Rodrigo Emílio. A apresentação deste último livro, a cargo do historiador Humberto Nuno de Oliveira, decorrerá no próximo Sábado, 28 de Maio, pelas 15:00, no Palacete dos Viscondes de Balsemão, no Porto.

Frontispícios das duas recém publicadas obras da editora Contra Corrente,
disponíveis ao público a partir do próximo dia 28 de Maio.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Animais e Companhia na História de Portugal

«Ao entendermos os animais como sujeitos culturais cujos comportamentos são objecto de análise histórica, estamos a pensar as ligações entre pessoas e bichos no seio de comunidades onde se vive em conjunto.»
  Isabel Drumond Braga e Paulo Drumond Braga em

Ao longo da História, o Homem evoluiu e desenvolveu-se enquanto espécie através de um contacto íntimo com uma natureza integradora. A importância do meio e de tudo o que este congrega - entre fauna, flora ou a própria corografia -, condicionaram ou potencializaram o desenvolvimento das comunidades humanas. Mais do que meras criaturas sujeitas aos interesses e vontades do ser humano, os animais constituíram sempre um elo entre o Homem e a natureza. No caso português, os animais apresentam-se, igualmente, indissociáveis de um processo de construção histórica que nos conduz da formação da nacionalidade até à constituição do nosso Império.
A temática poderá não causar grande surpresa aos leitores mais atentos, mas por certo suscitará o interessante de muitos. Longe de constituir uma apologia ao animalismo patológico que infecta a sociedade contemporânea, o estudo da influência animal na História de Portugal corresponde à integração da bio-história na historiografia tradicional, relacionando-a com outras áreas de especialização que nos permitem acrescentar novos dados aos conhecimentos clássicos e factuais.
Publicado pelo Círculo de Leitores, Animais e Companhia na História de Portugal explora um lado menos conhecido da nossa História, vindo subsidiar uma outra colecção sobre a História da Vida Privada em Portugal, publicada há poucos anos pela mesma editora. De facto, a presença e interacção dos animais no seio das nossas comunidades perde-se nos alvores dos tempos. Tratando-se de uma relação tão banal como as existentes entre os homens, ainda que de uma natureza completamente distinta, acabamos muitas vezes por esquecer, irreflectidamente, a importância que os animais tiveram e ainda têm na nossa vida quotidiana, bem como tudo aquilo que nos permitiram alcançar, ou ajudaram a conquistar ao longo dos tempos.
Organizado por Isabel Drumond Braga e Paulo Drumond Braga, esta obra divide-se em quatro partes, abordando matérias e áreas de investigação bastantes distintas. Na primeira parte, intitulada Sob as Ópticas do Utilitarismo e do Controlo, este trabalho trata a correspondência de base entre os animais e a alimentação humana, hierarquizando os consumos e as ligações quotidianas motivadas pela própria sobrevivência. Este capítulo explora ainda a instrumentalização dos animais para funções de trabalho, transporte e guerra, sublinhando ainda as diferenças entre os animais de companhia e aqueles que constituíam perigos, ou ameaças para as nossas comunidades. A segunda parte, Entre o Lúdico e o Perverso, disseca domínios tão díspares como a caça, tauromaquia, bestialidade, ou os fins ocultos aos quais estavam associados alguns animais tradicionalmente relacionados à magia, bruxaria e superstições populares. Segue-se A Descoberta de Novas Espécies Animais que, obrigatoriamente, remete o leitor para a Expansão e Descobrimentos Portugueses. Essa heróica gesta que também contribuiu para o desenvolvimento do conhecimento científico, apresentando ao mundo ocidental espécies animais até então desconhecidas, motivando o aparecimento dos gabinetes de curiosidades, ou a criação de parques como o Jardim Zoológico de Lisboa. Por fim, a obra encerra com um olhar sobre o animal na literatura e na arte, num capítulo intitulado Animais, Cultura e Arte.
Repleto de pequenos factos e curiosidades que oferecem um outro colorido à nossa História, Animais e Companhia na História de Portugal remete-nos para obras como Animais, Homens e Mitos de Richard Lewinsohn, ou alguns dos trabalhos da chamada “História Total” – corrente historiográfica francesa saída da terceira geração da Escola dos Annales. Esta obra colectiva constitui a primeira grande tentativa de compilar e sistematizar as relações entre os homens e os animais na História de Portugal, pelo que importa ser lida e debatida à luz das novas perspectivas que apresenta.

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segunda-feira, 23 de maio de 2016

Paisagem Portuguesa

«A paisagem portuguesa parece esperar por nós há muitos séculos», escreveu o poeta presencista Carlos Queiroz (1907-1949) em Paisagem Portuguesa, obra que será amanhã, terça-feira, dia 24, apresentada ao público numa nova edição. E se, como recorda o poeta, «Montesquieu disse que os portugueses descobriram o Mundo mas desconhecem a terra onde nasceram», dar-lhes a conhecer a essência dessa terra foi um desígnio que Carlos Queiroz assumiu como missão. 
A beleza com que ele no-la descreve é sublime: «O perfume balsâmico dos fenos e das resinas dos pinheiros, a própria maresia - que chega a ser sensível em pontos longínquos do litoral - dão à atmosfera da paisagem portuguesa encanto extraordinário, talvez inigualável.» Ou ainda: «Brando e harmonioso, fulgente de Sol e refrescado por suaves brisas, o litoral português possui estâncias para todas as estações do ano, climas para todos os temperamentos, quadros e costumes para todos os gostos e curiosidades.» 
A presente edição está enriquecida com um ensaio do filósofo e escritor Rodrigo Sobral Cunha. A apresentação, marcada para as 18:00 de amanhã no Palácio de Seteais, em Sintra, estará a cargo do cineasta António Pedro Vasconcelos, do filósofo Joaquim Domingues e do próprio Rodrigo Sobral Cunha que, em 2014, organizou o Colóquio Nacional sobre Raul Lino.

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quarta-feira, 4 de maio de 2016

A Língua Portuguesa vista no estrangeiro

Atentos à projecção portuguesa no mundo, não deixa de nos parecer curiosa a análise comparativa entre o modo como a nossa língua nos é apresentada hoje - enquanto uma mercadoria sintética -, e a forma como a mesma é vista no estrangeiro. Contrariamente ao que nos procuram incutir, a não homogeneidade da Língua Portuguesa não representa um factor de empobrecimento ou de desinteresse. Pelo contrário, a pluralidade da nossa língua-mãe, espalhada pelos quatro cantos do mundo, torna-a nessas condições mais atractiva aos olhos dos estrangeiros que assim se apercebem da sua importância, riqueza e vitalidade orgânica.
Numa altura em que o actual Presidente da República equaciona um regresso à discussão pública oficial em torno do polémico (des)acordo ortográfico, importa perceber e esclarecer de que as tentativas de homogeneizar a língua não trará qualquer tipo de proveito na sua promoção e projecção a nível global. Alterar a Língua Portuguesa por decreto, tendo em vista motivos meramente económicos, constitui um claro genocídio cultural, perpetrado contra Portugal e todos os países lusófonos. O (des)acordo ortográfico é uma aberração que precisa ser travada. 
O vídeo que aqui partilhamos, analisando o percurso e natureza evolutiva da Língua Portuguesa, mostra de um modo claro o porquê de um acordo ortográfico não representar qualquer tipo de mais valia para a sua promoção e expansão. 
   
Vídeo sobre a História da Língua Portuguesa e algumas das suas especificidades,
publicado pela página canadiana LangFocus